Média é de quatro assassinatos por dia, segundo dados do Conselho Estadual de Direitos Humanos
Déborah FernandesRepórter
No Rio Grande do Norte foram registrados 127 homicídios só no mês de
janeiro deste ano. O dado é do Conselho Estadual de Direitos Humanos, e é
semelhante ao mesmo período no ano passado, quando foram registrados
129 crimes. Entre as cidades com maior número de assassinatos estão,
Natal, Parnamirim e Macaíba, na região metropolitana, além de Mossoró,
na região oeste do estado. Em média, estão sendo cometidos 4
assassinatos por dia no Estado.
Só na capital foram registrados 42 homicídios. O Conselho realizou um
balanço dos crimes cometidos por bairros de Natal. As zonas Norte e
Oeste, ainda são consideradas as mais violentas. Na norte foram 16
assassinatos, com destaque para o bairro Nossa Senhora da Apresentação,
com sete crimes. Os casos mais recentes aconteceram no último sábado
(25), quando os irmãos Jailson Carvalho Pereira, 19 anos, e Jedson
Carvalho Ferreira, 18 anos, estavam dentro de casa e foram surpreendidos
por dois indivíduos que invadiram a residência e atiraram contra eles. A
Polícia Civil acredita que a moticação do crime tenha sido acerto de
contas.
Na zona Leste de Natal foram registrados 16 homicídios. O bairro mais
violento neste mês de janeiro foi Felipe Camarão, com 6 pessoas
asassinadas. Desses, três foram cometidos apenas no primeiro dia do ano.
Giovanni Bondade da Silva, 20, André Carlos da Silva, 34 , e Pedro
Raimundo Neto, 27, foram as vítimas. Na zona Sul foram contabilizados
cinco crimes, enquanto na zona leste três.
A região Leste do Rio Grande do Norte é apontada como a mais
violenta, com 77 crimes. Em segundo vem a região oeste com 28
homicídios. Em Mossoró foram registrados 10 crimes, enquanto em Assu já
contabiliza 8. Em terceiro vem a região central, onde 13 crimes com
mortes estão distribuídos em 10 municípios. Por último, na região
Agreste foram 8, sendo metade deles apenas em Santa Cruz.
Segundo Marcos Dionísio, presidente do Conselho Estadual de Direitos
Humanos, 2014 deve ser mais violento do que em 2013, quando foram
registrados 1636 assassinatos. “O governo do estado não apresenta
qualquer política de investimento no setor de segurança pública, como
aconteceu no ano passado. Já ouvi muito falar que o estado vai criar o
departamento de homicídios e até hoje nada. Que vai colocar mais
policiais na rua e até agora não vi mudanças. Espero que este seja
realmente um ano diferente, mas pelo andar da carruagem, não vejo
diferença do ano passado”, afirmou.
Os dados mostram que a maioria dos crimes são motivados por acerto de
contas e caracterizam-se execução, bem como o alto índice de jovens
envolvidos. “As drogas e a criminalidade em geral, ainda são as
principais alavancas motivadoras desses crimes, o Governo do Estado não
pode adiar mais a modernização da Polícia Civil. O setor de investigação
principalmente, deve mapear as regiões mais críticas e assim ter acesso
de onde vem essas armas e drogas, que chegam com tanta facilidade nas
mãos da nossa juventude”.
A ausência de gestão, saúde e educação nas regiões mais periféricas
de Natal e região metropolitana são apontados como grandes icentivadores
desse alto índice, segundo Marcos. “Falta saúde, educação, iluminação
pública, faltam policiais nas ruas, faltam equipamentos básicos e
modernos. Eu tenho esperança dessa situação melhorar, mas o governo não
mostra capacidade alguma de eleger prioridades para o setor de segurança
pública. A modernização das Polícias Cilvil e Militar, devem ser
prioridade para que 2014 não seja mais violento que 2013”, finalizou.
Últimas horas de janeiro têm mais duas mortes
Na tarde de ontem Karol Wojtyla Pinheiro, de 25 anos, foi executado
no município de Janduís. As testemunhas contaram que os assassinos
fugiram numa moto Honda Broz, de cor vermelha. Os familiares ainda o
levaram para o hospital local, mas o técnico de informática não resistiu
aos ferimetos.
Em Macaíba, Jailson Paulino da Silva, 32 anos, foi assassinado com
vários tiros, na manhã de ontem. De acordo com informações da Polícia
Militar, a vítima foi abordada por três homens quando chegava à granja
em que morava. Os suspeitos estavam em um carro modelo Honda Civic de
cor prata e foram logo atirando. Uma mulher que estava com ele também
foi atingida.
A vítima estava no carro que ficou cravejado com várias marcas de
disparos de pistola ponto 40 e nove milímetros. Segundo a PM, os
suspeitos não foram identificados e estão foragidos.
Até o fechamento dessa edição, por volta das 14 horas de hoje, não
havia registro de novos assassinatos no Estado, mantendo-se o número de
127 homicídios neste mês de janeiro.
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