O trio de investigadores dos EUA influenciou a criação da série de TV “As primeiras 24 horas”, exibida no canal A&E
A rápida solução de homicídios é vista pelo sistema de segurança do
Rio Grande do Norte como primordial para diminuir o número de crimes no
Estado, já que, com os bandidos atrás das grades pouco tempo depois do
assassinato, diminuiria a sensação de impunidade. Pensando nisso, a
Secretaria de Segurança do RN (Sesed) aproveitou uma parceria entre
Ministério da Justiça e o governo americano e trouxe para Natal três
oficiais do FBI – Federal Bureau of Investigation (Agência Federal de
Investigação dos Estados Unidos), conhecidos por resolverem casos de
homicídios em até 48 horas.
O sargento Ervens Ford e os detetives Carlos Castellanos e Freddy
Ponce começaram nesta segunda-feira (26) a ministrar um curso de
investigação de homicídios para 45 policiais civis e militares. A
capacitação tem acontecido na Escola do Governo e segue até a próxima
quinta-feira (29). “Eles estão aqui exatamente para passar a experiência
deles nessas investigações para os nossos policiais. Eles trabalham em
Miami e lá a Unidade de Homicídios tem um percentual de 80% de
elucidação de crimes, maior até do que a média dos Estados Unidos (65%).
Nesse curso os nossos policiais terão a oportunidade de conhecer as
técnicas utilizadas por eles nessas investigações”, afirmou José
Francisco Correia, diretor da Academia de Polícia Civil do Rio Grande do
Norte (Acadepol).
A “fama” do trio é tão grande que eles influenciaram a criação da
série “As Primeiras 48 Horas” (The First 48 Hours), que faz grande
sucesso nos Estados Unidos. “Para a investigação de um homicídio as
primeiras 48 horas são de extrema importância. A cada dia que passa a
investigação fica mais complicada. Por isso, quanto mais informações
pudermos conseguir nos primeiros dois dias, melhor para a investigação. A
taxa de elucidação dos homicídios em Miami é um bom exemplo disso”,
frisou o diretor da Acadepol, que ainda destacou que essa capacitação é
ainda mais importante pelas condições do sistema segurança do Estado.
“Aqui nós não temos as melhores condições de investigação. Quando temos a
possibilidade de fazer um curso como esse, não podemos perder a
oportunidade”.
Esta não é a primeira capacitação em Natal no qual agentes do FBI
participam. No ano passado, antes da realização da Copa do Mundo, a
Acadepol realizou o curso de “Entrevista e Interrogatório”, foi
ministrado pelos instrutores Gregory Boosalis, Gerald O’Callaghan e
Jimmy Hammock. Segundo José Francisco Correia, novos cursos devem
acontecer na capital potiguar nos próximos meses. “Esse curso de
homicídios, por exemplo, já tinha ocorrido em outros Estados e nós
conseguimos trazer para Natal. É uma parceria com os Estados Unidos e a
tendência é que ela não pare mais”.
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