A morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo de apenas 29 anos mobilizou a mídia em geral. A tragédia ser notícia não é nenhuma novidade, mas é preciso salientar que o artista não era tão conhecido para ter a cobertura que teve. Isso de nenhuma maneira mancha a memória dele, apenas é um fato. Tantas repetições da mesma informação só tiveram um único objetivo: a audiência. E com isso, empresas como TV Globo e TV Record viraram o que podemos chamar de 'TVs funerárias', onde seu principal atrativo é a morte e a desgraça alheia.



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Segundo um levantamento feito site 'Conexão TV', as principais emissoras de São Paulo ultrapassaram ao todo 42 horas na quarta-feira, 24, falando sobre a morte de Cristiano Araújo. Isso porque um dia só tem 24h e a apuração desses números aconteceu até à meia noite, depois desse horário programas como o de Gugu, Ratinho e até o 'Jornal da Globo' mostravam flashs ao vivo do velório do sertanejo e davam informações de como seria o enterro da celebridade. 


A Record, como é de se esperar teve 14 horas só sobre Cristiano Araújo, mas quem surpreendeu mesmo pelo lado negativo foi a TV Globo, que ao todo ficou 9h e 20 minutos no ar falando só sobre o assunto. Se não fossem pelas novelas era capaz do canal da família Marinho se igualar com a concorrência. Um triste enredo, onde fica claro que a Globo de hegemônica não tem mais nada e de que o padrão de qualidade foi para o ralo abaixo, com a capacidade criativa do canal escorrendo com o sangue da tristeza dos outros.



Das 7 às 12h, a TV Globo alcançou 8,7 pontos de média, um pouco acima do normal para o horário, mas a Record dobrou seus índices e chegou a 7 pontos. À tarde com um 'Vídeo Show' modo Sônia Abrão, a rede de TV virou o jogo e teve 11,4 pontos contra 6,5 da Record. O vespertino contou com a ajuda de Sandra Annenberg e teve seu tempo de duração postergado em pelo menos 1h e 30 minutos, sendo exibido das 14h02 até às 16h38. Otaviano Costa e Monica Iozzi se mostravam desconfortáveis no vídeo e diziam o tempo todo "a gente tá aprendendo ainda". Aprendendo o quê? A falar de morte? Esperamos que não.