Brasília
- Laycer Tomaz / Câmara dos DeputadosCâmara ainda votará destaques feitos ao texto que, só então, seguirá para apreciação do Senado
Por 420 votos a 30, além de uma abstenção, os deputados federais
aprovaram em segundo turno, na noite desta terça-feira, 7, o texto-base
da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma política. Na
próxima semana, a Câmara ainda votará destaques feitos ao texto que, só
então, seguirá para apreciação do Senado, também em dois turnos.
Desta vez a votação foi feita em bloco e não ponto a ponto, como no
primeiro turno. Pela segunda vez, os deputados aprovaram mandato de
cinco anos, fim da reeleição para presidente, governador e prefeito,
doações de empresas apenas a partidos; também foram aprovadas uma
cláusula de barreira "light", a impressão dos votos registrados em urna
eletrônica e uma quarentena que prevê que as resoluções e atos
normativos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) somente terão efeito
após 18 meses da data da sua vigência.
Os deputados reduziram a
idade mínima para eleição de deputados estaduais e federais (de 21 para
18), senadores (de 35 para 29) e governadores (de 30 para 29).
Os senadores devem apresentar um novo projeto de lei para tentar acabar
com as coligações partidárias, medida que a Câmara não conseguiu
aprovar. A unificação das eleições, o fim do voto obrigatório, mudança
no sistema eleitoral e fim das coligações não passaram na Câmara.
Na discussão dos 12 destaques que precisam ser analisados, alguns
parlamentares vão tentar reverter resultados adversos da votação de
primeiro turno da PEC. Deputados do PT, por exemplo, prometem tentar
retirar o texto a constitucionalização do financiamento de empresas a
partidos políticos.
Infraconstitucional
Antes
de votar os destaques, os deputados ainda pretendem analisar, nesta
quarta-feira, a regulamentação da proposta de reforma política. O
chamado texto infraconstitucional foi elaborado pelo deputado Rodrigo
Maia (DEM-RJ), que também fez o parecer sobre a PEC, e trata, entre
outros pontos, dos limites para as doações eleitorais.
Maia
estabeleceu, por exemplo, um limite de contribuições que será definido
com base nos gastos da eleição anterior à entrada em vigor da lei. Nas
eleições proporcionais e majoritárias de apenas um turno, o teto será de
70% do maior gasto declarado para o cargo em disputa.
Quando
houver dois turnos, os limite será de 50% no primeiro turno, acrescido
de 30% no segundo. O projeto de regulamentação também coloca teto para
as doações de empresas de 2% do faturamento do ano anterior, até o
máximo de R$ 20 milhões. Uma empresa não poderá contribuir com mais do
que 0,5% do seu faturamento para um mesmo partido, pela redação de Maia.
"Não é acabar com a doação privada, mas queremos organizar melhor, para
que não tenha distorção como tivemos nas últimas eleições. Se está
colocando limites para que empresas participem do processo, com limites
próximos da realidade", destacou Maia, na tarde desta terça.
Ele
afirmou ainda que propôs a redução do prazo das campanhas e a vedação
de determinados tipos de propaganda. Segundo Maia, as medidas devem
reduzir o custo do processo eleitoral. "Estamos caminhando para ter
eleições com menos tempo e redução de custos", concluiu.
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