A jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, disse
hoje (16) em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro que não tinha
conhecimento sobre a origem de R$ 1,5 milhão, dinheiro usado por ela
para fazer compras no exterior. De acordo com os investigadores da
Operação Lava Jato, Cláudia era beneficiária de recursos não declarados
por Cunha na Suíça. Ela prestou depoimento na ação penal a que responde
pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Na
audiência, Cláudia Cruz se recusou a responder às perguntas do juiz e do
representante do Ministério Público e somente falou ao ser questionada
por seu próprio advogado. Ela disse que tinha apenas um cartão de
crédito do banco Julius Bar e não sabia da existência de uma conta
corrente vinculada ao cartão. Cláudia disse que nunca teve motivos para
desconfiar do marido e que usava o cartão de crédito internacional para
despesas pessoais, cuja fatura era paga pelo ex-deputado.
Questionada
se Cunha teria condições de bancar os gastos, Cláudia disse que o
marido sempre afirmou que a origem do dinheiro era lícita "Eu já conheci
meu marido com ele me contando e eu sabendo que ele atuava em comércio
exterior, que ele atuava em bolsa de valores, que ele tinha patrimônio
no mercado imobiliário."
Em junho, Moro recebeu denúncia
apresentada pela força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato
contra Cláudia Cruz e outros investigados que viraram réus. A denúncia é
vinculada à ação penal a que Cunha responde por não ter declarado
contas no exterior, que também será julgada por Sérgio Moro.
Cunha está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 19 de outubro.
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