Duas semanas depois de reduzir os preços da gasolina e do diesel nas
suas refinarias, a Petrobras comunicou às distribuidoras de gás
liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha) uma nova política de
preços do combustível.
A medida representará repasse de até 4% para as distribuidoras. O
aumento depende da região e do tipo de contrato com a distribuidora.
O aumento resulta de mudanças nos contratos de venda de GLP da
Petrobras para as distribuidoras, que passam a incluir taxas pelo uso da
infraestrutura da estatal.
Empresas que usam tanques de armazenagem da Petrobras para estocar o
produto pagarão mais caro agora. Os novos preços entram em vigor nesta
terça-feira (1º).
O maior impacto ocorrerá na região Nordeste, onde a maior parte dos
contratos terá reajuste de 4%, disseram à Folha pessoas familiarizadas
com a nova política de preços.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis), o botijão de 13 quilos custa, em média, R$ 53,76 na
região Nordeste.Um aumento de 4% representa para o consumidor nordestino
custo adicional de R$ 2,15 por botijão.
A Petrobras afirmou que os novos contratos “refletirão mudanças na
composição de preços de logística” do combustível e negou que a nova
política seja um reajuste de preços. Segundo suas estimativas, o repasse
não ultrapassará R$ 0,20 por botijão de 13 quilos, na média nacional.
A Petrobras pratica dois preços diferentes para o produto: um para a
venda em botijões de 13 quilos, mais sensível pelo grande impacto no
custo de vida das famílias, e outro para a venda em botijões maiores ou a
granel, mais caros, usados por condomínios, comércio e indústria.
A última vez que a Petrobras reajustou o preço do GLP foi em dezembro
de 2015, quando aumentou o preço para venda em grandes botijões ou a
granel entre 2,5% e 5%.
GASOLINA
Duas semanas após a redução dos preços da gasolina e do diesel nas
refinarias, o consumidor ainda não foi beneficiado, de acordo com
levantamento semanal da ANP.
Boletim da sexta-feira (28) mostra que, na média nacional, a gasolina
era vendida nos postos por R$ 3,669 por litro, 0,41% acima do cobrado
uma semana antes da queda dos preços nas refinarias.
Em São Paulo, o preço médio era de R$ 3,480 por litro na semana
passada, alta de 0,63% com relação ao verificado na semana anterior.
Distribuidoras e postos alegam que a alta da cotação do etanol
anidro, que é misturado à gasolina, impediu o repasse dos novos preços
praticados pelas refinarias.
Já o diesel foi vendido, na média nacional, a R$ 3,008 na semana
passada, praticamente o mesmo valor cobrado antes da nova política.
No dia 15, a Petrobras anunciou corte de 3,2% no preço da gasolina e
de 2,7% no preço do diesel, as primeiras reduções desde 2009.
Em entrevista na semana passada, o presidente da estatal, Pedro
Parente, afirmou que a falta de repasse dos novos preços para o
consumidor foi “decepcionante”.
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