Cientistas descobriram que o vírus da zika pode sobreviver
por até oito horas em superfícies duras e não porosas, mantendo-se
altamente contagioso. Por outro lado, o novo estudo também concluiu que
desinfetantes comuns são capazes de matar o vírus com extrema eficácia.
A pesquisa, que teve seus resultados apresentados nesta
terça-feira, 15, no encontro anual da Associação Americana de Ciência
Farmacêutica, em Denver (Estados Unidos), foi liderada por Steve Zhou,
diretor de virologia e biologia molecular dos Laboratórios Microbac, em
Pittsburgh (Estados Unidos).
A transmissão do vírus da zika normalmente ocorre por meio da
picada do mosquito Aedes aegypti infectado, ou por relação sexual com um
parceiro infectado. Mas, segundo Zhou, a nova pesquisa foi realizada
porque ainda não se sabe se o vírus pode ser transmitido pelo ambiente –
por meio de agulhas, ou de um corte na pele em contato com uma
superfície infectada, por exemplo.
Segundo Zhou, os resultados do estudo têm implicações importantes
especialmente para profissionais que atuam na área de saúde ou em
laboratórios.
“O zika pode sobreviver em superfícies duras e não porosas por
até oito horas – possivelmente até mais quando o ambiente contém sangue.
A boa notícia é que desinfetantes comuns como o álcool isopropílico são
eficazes para matar o vírus nesse tipo de ambiente em apenas 15
segundos”, disse Zhou.
Os cientistas demonstraram que, quando o vírus está em um
ambiente livre de sangue, desinfetantes amplamente utilizados em
instalações clínicas, laboratoriais e industriais – como o álcool
isopropílico, a água sanitária e o ácido paracético – são eficazes para
destruir o vírus. Mas os resultados mudam dramaticamente quando há
sangue no ambiente.
“Quando o vírus está associado ao sangue, a água sanitária e o
ácido paracético não são tão efetivos para matá-lo. Esses dados são
importantes especialmente para pesquisadores e profissionais de saúde”,
disse Zhou.
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