Foto: Régis Melo
Por Globoesporte.com
Menos de três meses após ser liberado, o
goleiro Bruno retornará à prisão. Após pedido feito pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a medida liminar que
soltou o jogador foi revogada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal
Federal (STF) em votação realizada na tarde desta terça-feira (25). Com
isso, Bruno deve se afastar novamente dos gramados, onde vinha atuando
pela equipe do Boa Esporte. Segundo o advogado Lúcio Adolfo, que
representa o goleiro, ele deve se apresentar em Varginha quando for
notificado.
Segundo Rodrigo Janot, a liminar que foi
concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello deveria ser revogada porque o
processo demorou para ser analisado em Segunda Instância em razão de
recursos apresentados pela própria defesa, que estariam postergando o
julgamento. O procurador-geral pediu também que os ministros indefiram o
habeas corpus, que está pronto para ser julgado definitivamente, já que
o pedido foi apresentado pela defesa contra decisão do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), que negou liberdade a Bruno. Por isso,
segundo ele, não caberia ao STF dar prosseguimento ao pedido.
Na votação realizada nesta terça-feira, o
pedido de Janot foi aceito por 3 votos a 1. Votaram a favor da revogação
da liminar os ministros Alexandre Morais, Rosa Weber e Luiz Fux. O
ministro Marco Aurélio Mello manteve o voto a favor da liminar. Com
isso, Bruno será reconduzido à prisão enquanto aguarda o processo ser
julgado em Segunda Instância.
O Boa Esporte e a defesa do jogador ainda não se manifestaram sobre a decisão do STF.
Andamento do caso
Bruno foi preso em 2010 e, três anos
depois, condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pelo assassinato e
ocultação de cadáver de Eliza Samudio e por sequestro e cárcere privado
do filho Bruninho. Liberado em fevereiro deste ano, o goleiro assinou
com o Boa Esporte no dia 13 de março e estreou menos de um mês depois,
no dia 8 de abril. Desde então, tem sido titular da equipe na fase final
do Módulo 2 e já atuou em cinco partidas.
O caso estava inicialmente com o ministro
Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em janeiro. Por se tratar de
uma medida de caráter urgente (pedido de liberdade a alguém preso sem
condenação definitiva), a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia,
havia encaminhado o caso ao ministro Marco Aurélio Mello, que determinou
a soltura de Bruno. No entanto, com a chegada de Alexandre de Moraes
para a vaga de Zavascki, o novo ministro herdou a maioria dos processos,
incluindo o de Bruno.
Sobre o pedido de Janot, o advogado Lúcio
Adolfo, que representa Bruno, afirmou por meio de nota emitida na última
quinta-feira (20) que não contribuiu para a demora do processo e que
cumpriu todos os prazos previstos em lei. O defensor questionou o
entendimento do procurador sobre o andamento processual.
"Se não causa espanto ao procurador a
demora de mais de quatro anos para não julgar uma apelação quando Bruno
Fernandes estava preso, a este advogado causa espanto a subida
aceleração quando ele foi solto", afirmou. A defesa destacou ainda que,
após a liberdade, Bruno não colocou em risco a ordem pública e começou a
trabalhar imediatamente.
Absolvição por corrupção de menor
Na última quarta-feira (19), o Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) manteve a absolvição de Bruno pelo
crime de corrupção de menor. A decisão do TJ-MG mantém a sentença da
juíza Marixa Rodrigues que absolveu os réus em referência à participação
do primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, na época com 17 anos, no crime.
Ele confessou ter participado do sequestro e cárcere privado de Eliza
Samúdio.
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