terça-feira, 11 de julho de 2017

Ex-secretário de Natal preso na Operação Manus teria sonegado impostos

O empresário Fred Queiroz, que foi titular das pastas de Turismo e Obras da Prefeitura de Natal durante a gestão de Carlos Eduardo Alves (PDT), teria sonegado impostos de notas fiscais frias emitidas pela sua empresa – a Prátika Locações – para a campanha de Henrique Eduardo Alves (PMDB) ao Governo do Estado, em 2014.
Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo Blog do BG, o ex-secretário teria feito a revelação durante depoimento a procuradores estaduais e federais que atuam na Operação Manus, que levou Fred e Henrique para a prisão no último dia 6 de junho.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, a empresa de Fred, a Prátika, emitiu diversas “notas frias” por supostos serviços prestados durante a campanha do peemedebista a governador. Segundo as investigações, o pagamento desses serviços teve origem em recursos de propina pagos por empreiteiras que teriam obtido vantagem por meio da ação do ex-ministro. Essa verba, por sua vez, teria serviço para, entre outros fins, compra de apoios políticos e de votos durante a campanha.
Em sua delação, Fred Queiroz teria confirmado aos investigadores que emitiu as notas frias e que sequer pagou os valores dos impostos de todas os documentos faturados. Segundo ele, isso não foi feito porque até hoje a Prátika aguarda o cumprimento da promessa de Henrique, que teria firmado acordo informal para arcar com os valores tributários.
Tanto Henrique quanto Fred foram acusados pelo MPF pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Preso no dia 6, o ex-secretário municipal acabou solto menos de um mês depois. Nem os advogados nem o Ministério Público Federal confirmaram até agora se a soltura de Fred foi uma das benesses propiciadas por um eventual acordo de colaboração premiada. Informações extraoficiais, contudo, garantem que a libertação do empresário fez parte do acordo.
Ao todo, a Operação Manus cumpriu 33 mandados, sendo cinco de prisão preventiva (sem prazo), seis de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão nas cidades de Natal, Mossoró e Parnamirim, no Rio Grande do Norte, e Curitiba, no Paraná. Nomes conhecidos no Rio Grande do Norte foram alvos da operação, como o jornalista Cassiano Arruda Câmara e seu filho Arturo Arruda Câmara, dono e diretor da agência de publicidade Art&C.

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