Ao menos 25 barragens espalhadas por oito Estado brasileiros estão
com estrutura comprometida e precisam de reparos para evitar danos em
possíveis acidentes.
O diagnóstico faz parte do Relatório de Segurança de Barragens 2016
da ANA (Agência Nacional de Águas), obtido pela Folha. Esse é o primeiro
relatório feito após o desastre da barragem da Samarco, em Mariana (MG), que resultou no maior desastre ambiental do país e deixou 19 mortos em Mariana (MG).
Para identificar as barragens com problemas, a ANA ouviu 43 órgãos de
fiscalização estaduais e federais. Destes, nove responderam e apontaram
25 barramentos com danos estruturais que afetam a segurança.
“Obviamente que é um número subdimensionado. Há barragens que não
foram alvo de uma análise crítica feita diretamente pelo fiscal, que
muitas vezes contradiz as informações dadas pelo empreendedor da
barragem”, afirma Alan Vaz Lopes, superintendente-adjunto de
fiscalização da agência de águas.
Das 25 barragens, 16 são públicas e 9 privadas, sendo a maioria
ligada ao agronegócio. Nenhuma delas tem relação com mineração ou
geração de energia. Em Alagoas, por exemplo, são sete em usinas de
açúcar e álcool que estão comprometidas.
A Usina Seresta, em Teotônio Viela (AL), tem quatro barragens com
vertedores insuficientes, que carecem de ampliação. O vertedor é a
estrutura da barragem projetada para a água escoar em caso de uma cheia
extraordinária.
Já a barragem de Canoas, na Usina Santa Clotide, em Rio Largo (AL),
possui problemas de erosão no vertedor com chance de rompimento. A
recuperação foi estimada em R$ 400 mil.
Entre as barragens públicas, a maioria é de reservatórios de água ou
açudes –sendo a maior parte no Ceará, onde os órgãos de fiscalização
apontaram nove com estrutura comprometida. Destas, sete são geridas pela
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos, responsável pela gestão da
água bruta no Estado.
Em nota, o órgão informou que os problemas de cinco barragens já
foram solucionados com investimentos de R$ 420 mil e que as obras para
as de Tijuquinha e Cupim estão em fase de licitação.
A barragem no Ceará que mais precisa de reparos, contudo, pertence à
Prefeitura de Potangi. A estrutura de Pau Preto possui erosões,
afundamentos, buracos, árvores em meio aos canais de aproximação e
restituição. O custo da recuperação foi estimado em R$ 496 mil –é o
maior valor entre as 25 barragens com problemas estruturais.
No RN aparece duas barragens com estrutura que precisa de reparos
imediatamente. São as barragens Marechal Dutra(Gargalheiras), em Acari e
a Barragem Passagem das Traíras em Jardim do Seridó.
Com informações da Folha SP
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