terça-feira, 24 de abril de 2018

Número de pessoas com Aids vem aumentando no Rio Grande do Norte

Getty Images
A AIDS é uma doença crônica que não tem cura e atinge o sistema imunológico
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) reconhece que o número de pessoas com HIV/AIDS tem aumentado consideravelmente no Rio Grande do Norte, em ambos os sexos. De acordo com o Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), em 2017 houve um aumento de 19,7% nos casos notificados de Aids em pessoas a partir dos 13 anos com relação ao ano anterior. Nos últimos 10 anos, o RN contabilizou 1,449 casos de HIV notificados no MS.
No entanto, segundo o coordenador Sérgio Fabiano Cabral, responsável pelo Programa IST/Aids da Sesap, além desses casos notificados, existem as subnotificações – quando a pessoa é diagnosticada com o vírus HIV, mas não procura tratamento junto ao serviço público especializado. Com base nesses dados, ele contabiliza um aumento ainda maior no número de soropositivos no RN: 50% (homens) e 30% (mulheres).
As subnotificações, explica Sérgio Fabiano, são observadas durante as ações de rua, principalmente durante as edições do projeto Vila Cidadã e nos grandes eventos públicos, a exemplo do Carnaval, Réveillon e festas juninas. “Executamos o teste rápido e com 15 minutos sabemos se a pessoa é soropositiva ou não. O problema é que muitos, por questão de medo do preconceito, deixam de procurar o atendimento. Além disso, tem aqueles que evitam fazer o teste, por algum motivo. Muita gente tem o vírus e não sabe, principalmente os heterossexuais jovens, adultos e idosos”.
Para ele, o aumento no número de pessoas com Aids é ocasionado pela falta de informação sobre a doença. “Tenho observado que as campanhas educativas do Governo Federal, praticamente, inexistem na mídia. Por isso, a Sesap vem intensificando as estratégias de prevenção e diagnóstico junto aos municípios. São testes rápidos, distribuição de preservativos masculinos e femininos, além de orientações técnicas sobre o tratamento. Nos hospitais do Estado, não faltam antirretrovirais. É uma situação extremamente preocupante, que nos leva a buscar apoio não só aos entes públicos, mas à sociedade civil. É preciso que toda a população esteja engajada nessa luta”, afirmou.
A AIDS é uma doença crônica que não tem cura e atinge o sistema imunológico, podendo levar à morte quando não tratada. O indivíduo que sofre de AIDS tem a sua imunidade enfraquecida contra as infecções ou tumores. Diante disso, o coordenador do Programa IST/Aids lembra que, quanto mais rápido o tratamento for iniciado, maior qualidade de vida o soropositivo terá. O atendimento ocorre nos hospitais Giselda Trigueiro (Natal) e Rafael Fernandes (Mossoró), além das unidades especializadas da Sesap.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV)
A PEP é uma medida de prevenção à infecção pelo HIV que consiste no uso de medicação em até 72 horas após qualquer situação em que exista risco de contato com o HIV, tais como:
  • Violência sexual;
  • Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha);
  • Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
A PEP utiliza medicamentos antirretrovirais que agem evitando a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo e, por isso, deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas 2 (duas) primeiras horas após a exposição ao vírus e no máximo em até 72 horas. O tratamento dura 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde por 90 dias.
A PEP é uma medida preventiva de emergência e, por isso, não serve como substituta à camisinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário