Um
decreto assinado pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Manoel
Delson proíbe que os padres estejam na companhia de menores e de adultos
vulneráveis desacompanhados dos pais ou responsáveis, na casa
paroquial, no carro paroquial ou em outros ambientes reservados. O
decreto foi assinado na quarta-feira (6).
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Arquidiocese da Paraíba, no Centro de João Pessoa — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
O
decreto foi assinado duas semanas depois do Fantástico veicular uma
reportagem sobre a condenação da Igreja Católica pela Justiça do
Trabalho a pagar uma indenização de R$ 12 milhões por exploração sexual
de menores de idade.
O
documento também esclarece que durante as atividades organizadas pelas
paróquias, não é permitido oferecer alojamento a menores e a adultos
vulneráveis desacompanhados dos pais ou responsáveis.
Além
disso, o atendimento espiritual a menores e adultos vulneráveis,
principalmente durante a confissão, é preciso ser feito nos
confessionários ou em locais adequados na igreja que garantam segurança e
visibilidade.
O
documento assinado por Dom Delson também declara que qualquer padre que
tiver acusação contra si sobre exploração ou abuso sexual a menores de
idade, deve informar imediatamente ao arcebispo.
Conforme
o arcebispo, o objetivo é assegurar às crianças, adolescentes e adultos
vulneráveis um ambiente eclesial seguro. Dom Delson alertou que, em
casos de condutas suspeitas de abuso sexual por parte dos sacerdotes,
ele pode limitar ou até mesmo o exercício da atividade pastoral dos
religiosos até que as acusações sejam esclarecidas.
Tribunal Eclesiástico investiga padres denunciados por abuso sexual
Dom
Manoel Delson fez um pronunciamento nas redes sociais no dia 1º de
fevereiro declarando que um procedimento canônico foi iniciado para
avaliar a suspensão de ordem dos padres que foram investigados pelo
Ministério Público Estadual por casos de abuso sexual contra menores de
idade, arquivado pelo Conselho Superior do MPPB.
Dom
Delson explicou em vídeo publicado no Facebook que a reportagem "trouxe
de novo à tona uma questão difícil para a Arquidiocese. Toda a igreja se
vê envolvida nessa onda de denúncias e sente profundamente que padres
estejam sendo denunciados nos meios de comunicação, atingindo o que nós
temos de mais sagrado, a nossa fé", declarou.
Investigações
Além
da condenação do Ministério Público do Trabalho e do arquivamento dos
casos do Ministério Público Estadual, uma sessão da 1ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça formou maioria pela condenação da Arquidiocese da
Paraíba, no dia 22 de janeiro, em uma outra ação civil envolvendo
acusações de pedofilia com mais de vinte jovens.
No
alvo da ação por danos morais coletivos, movida pelo Ministério Público
Estadual, estão acusações de pedofilia contra um padre na cidade de
Jacaraú, no Litoral Norte da Paraíba, Adriano José da Silva, já
falecido. O julgamento não foi concluído porque um dos desembargadores
pediu vista. Um novo julgamento está marcado para a próxima terça-feira
(12).
Fonte: G1
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