Antonio Cruz/ Agência Brasil
THIAGO RESENDE E ANGELA
BOLDRINI - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Para agradar os deputados que
analisarão em breve sua proposta de reforma da Previdência, o governo de
Jair Bolsonaro (PSL) liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares.
As emendas são uma das mais clássicas moedas de troca usadas entre
Executivo e Legislativo, e a gestão Bolsonaro vinha sendo cobrada por
parlamentares insatisfeitos com a demora para acenar com a liberação de
verbas para estados e municípios.
Um levantamento feito pelo Palácio do Planalto mostrou que havia
cerca de R$ 3 bilhões em emendas impositivas que não haviam sido pagas.
Esse estoque se refere a recursos que deveriam ter sido liberados desde 2014.
Como
o Orçamento é aprovado pelo Congresso, os parlamentares podem destinar
verba para obras e ações em suas bases eleitorais. Esses atos são
chamados de emendas, que podem ser apresentadas por deputados e
senadores (individuais) ou pelas bancadas.
As emendas impositivas
têm de ser pagas, mas o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo
(PSL-GO), e o ministro general Santos Cruz (Secretaria de Governo)
identificaram R$ 3 bilhões que não haviam sido liberados.
"Existia
um estoque grande de emendas impositivas. Muitas que não foram pagas
por diversos fatores. Umas porque não tinha dinheiro naquele momento e
outras porque não estavam com o processo pronto", afirmou Major Vitor
Hugo, nesta segunda-feira (11).
O governo Bolsonaro tinha a
intenção, segundo ele, de pagar todas as emendas, que somam R$ 3
bilhões. Mas apenas parte delas -que representam R$ 1 bilhão- tinham
cumprido todos os requisitos. O restante pode ser liberado ainda neste
ano.
"Hoje foi liberado esse recurso. Deve ter sido liberado pelos
ministérios e vai chegar para os beneficiários a partir da semana que
vem", disse o deputado.
Cerca de R$ 700 milhões se referem a emendas individuais e aproximadamente R$ 300 milhões foram apresentadas por bancadas.
O líder do governo na Câmara afirmou ainda que a medida atende a praticamente todos os partidos, inclusive os de oposição.
A
liberação de emendas coincide com a retomada dos trabalhos do Congresso
após o feriado de Carnaval e a previsão de início dos trabalhos das
comissões das Casas, previsto para esta semana.
No começo do ano, o
governo sofreu algumas derrotas na Câmara, onde líderes da base
reclamam da falta de articulação e diálogo com interlocutores e
ministros de Bolsonaro.
Com a instalação das comissões da Câmara, a PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) da reforma da Previdência poderá começar a tramitar na
Casa.
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