Um
vereador de Ceará-Mirim, na Grande Natal, foi preso nesta terça-feira
(25) suspeito de integrar uma milícia com atuação na cidade. De acordo
com o Ministério Público do Rio Grande do Norte, além disso Luciano
Morais da Silva também é apontado como autor intelectual de, pelo menos,
um assassinato registrado no município.
A prisão é
resultado de uma investigação realizada em conjunto entre o MP e a
Força Nacional. De acordo com os investigadores, o vereador Luciano
Morais, que também é advogado, encomendou o assassinato de Micarla
Araújo do Nascimento, crime ocorrido em 20 de outubro de 2016, por R$
4.500.
Micarla
do Nascimento era servidora pública municipal de Ceará-Mirim e tinha 39
anos quando foi executada a tiros. A mulher trabalhava como Auxiliar de
Serviços Gerais.
De acordo
com o Ministério Público, no dia do crime, ela foi até a Câmara
Municipal no período da tarde, momento em que ocorria sessão legislativa
com a presença de Luciano Morais, e fez alguns comentários em relação
ao vereador.
“Ele
chegou a ser aconselhada por uma servidora da Casa a deixar o ambiente
para evitar uma discussão, aceitando o conselho. Após deixar o prédio,
Micarla do Nascimento foi a pé para casa, sendo abordada e executada a
tiros por homens que ocupavam um carro”, relata o MP em nota.
Segundo o
que apuraram os investigadores, Luciano Morais entrou em contato com
vários membros “relevantes” do grupo de extermínio e contratou, segundo
relato de colaboradores, a morte de Micarla Araújo.
Os
promotores afirmam que ela foi assassinada por dois homens que
atualmente estão detido no presídio federal de Catanduvas (PR), um outro
que está preso do sistema carcerário potiguar, e ainda mais dois, que
estão mortos.
"Em
relação ao vereador Luciano Morais, o MPRN reforça ser uma pessoa que
pode se utilizar se cargo ou conhecimento, como advogado, para coagir
testemunhas e demais fontes de provas, sendo a prisão dele uma medida
imperiosa para o resguardo da regular instrução criminal", destaca o
Ministério Público.
Tortura
Luciano
Morais da Silva foi condenado em junho do ano passado pelo crime de
tortura. Segundo o processo, o vereador espancou uma mulher com a ajuda
de três guardas municipais, quando era secretário de Defesa Social do
Município, em 2009.
O crime
aconteceu dentro de um canavial, na zona rural da cidade. O motivo
alegado pelos acusados foi de que a mulher teria chutado objetos e
promovido uma “bagunça” na Secretaria de Administração e Planejamento,
depois que foi até a repartição pedir dinheiro e não atenderam seu
pedido.
A vítima
foi algemada e levada até o canavial em um veículo da guarda do
município. Segundo ela relatou no processo, apenas o vereador a agrediu.
Os três guardas municipais, Manoel Palhares de Barros Neto, Rildo Braz
da Silva e Rodrigo Emiliano de Freitas, auxiliaram na abordagem e
rendição. Foram golpes de cassetete e chutes, que e duraram
aproximadamente uma hora e meia e provocaram lesões na mulher.
Ainda de
acordo com o que consta na decisão judicial, Luciano Morais da Silva
dizia, durante o espancamento, que estava batendo nela para que
aprendesse a respeitá-lo.
G1RN
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