A oposição decidiu manter a obstrução (recursos regimentais para
atrasar os trabalhos) em plenário para adiar a votação da reforma da
Previdência na Câmara dos Deputados. Após reunião na tarde desta
terça-feira, 9, o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon
(PSB-RJ), disse que os deputados contrários à reforma vão apresentar o
chamado kit obstrução com pedidos de adiamento da sessão ou de retirada
de pauta para atrasar o início da votação da proposta de emenda à
Constituição (PEC 6/19).
“A nossa obstrução tem o objetivo de debater o texto e virar votos
contra a proposta”, disse Molon, que avalia que o governo ainda não tem
os votos suficientes para aprovar a reforma.
Mais cedo, líderes da base governista propuseram à oposição que
retirasse a obstrução em plenário para que os deputados debatessem a
proposta. A ideia seria votar a matéria nesta quarta-feira, 10, com
apenas dois requerimentos de obstrução.
A oposição também vai apresentar nove destaques com sugestões de
mudanças na proposta, que terão de ser apreciados após a votação do
texto-base da PEC, entre eles a reoneração para exportadores rurais.
Durante a votação do relatório da reforma na comissão especial, foi
aprovado um destaque que devolveu a isenção da contribuição
previdenciária para exportadores rurais, o que renderia R$ 83,9 bilhões
aos cofres federais em uma década.
Com a manutenção do benefício para exportadores rurais, a economia
final com a reforma da Previdência caiu de R$ 1,072 trilhão para R$
987,5 bilhões. O valor ficou um pouco abaixo da economia mínima de R$ 1
trilhão pedida pelo Ministério da Economia.
Tramitação
Mais cedo, ao chegar à reunião de líderes para discutir a votação da reforma da Previdência no plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai trabalhar para que o texto-base da proposta seja aprovado entre hoje e amanhã (10).
Mais cedo, ao chegar à reunião de líderes para discutir a votação da reforma da Previdência no plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai trabalhar para que o texto-base da proposta seja aprovado entre hoje e amanhã (10).
“Vamos trabalhar para isso. Não é uma votação simples: 308 votos é um
número enorme de parlamentares. Ainda tem algumas conversas sendo
feitas, mas a nossa intenção é que a gente possa fazer um bom debate
durante o dia e, a partir do início da noite, tentar começar a construir
o processo de votação. Tem que esperar para garantir quórum. Temos que
chegar a 490 deputados [em plenário] para não ter risco de perder a
votação”, afirmou.
Maia disse estar otimista em votar o texto-base e os destaques com
sugestões de mudanças na proposta em primeiro e segundo turno até o fim
desta semana. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição, a
matéria precisa do voto favorável de pelo menos 308 deputados em dois
turnos de votação para, então, seguir para análise do Senado.
No domingo (7), o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni,
demonstrou otimismo com a votação da proposta em primeiro turno na
Câmara. “Temos um cálculo realista ao redor de 330, com pé bem no chão, e
caminhamos para ter algo em torno de 330 e pode ser até mais do que
isso. É uma margem que a gente acredita ser possível”, afirmou.
Agência Brasil
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