Andressa Collet – Cidade do Vaticano – O diretor-geral da
Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou
nesta segunda-feira (16), que a pandemia do Covid-19 é “a grande crise
sanitária global dos nossos tempos”. Pela primeira vez, o número de
mortes pelo coronavírus no mundo superou aquele da China e são mais de
85 mil contágios.
As medidas de restrição para conter a disseminação da doença estão
sendo adotadas, inclusive, dentro da Igreja católica para preservar
fiéis e consagrados. Na Itália, um comunicado oficial da Conferência
Episcopal lembrou que o período é “de grande responsabilidade” e
“proximidade ao país”.
A pandemia, porém, mesmo com as disposições, atingiu os responsáveis
pela atenção pastoral aos fiéis. Segundo reporta a agência de notícias
ACI, onze sacerdotes já morreram na Itália, vítimas do Covid-19. A
maioria estava na região da Lombardia, de onde se originou a
disseminação do coronavírus no país: 6 morreram na cidade de Bérgamo,
três em Bréscia e um em Cremona. O outro padre falecido estava na região
da Emilia-Romagna.
Os infectados pelo Covid-19
No caso de Bérgamo, os dois últimos sacerdotes falecidos são Pe.
Silvano Sirtoli, de 59 anos, e Pe. Giancarlo Nava, de 70 anos. Outros 20
padres testaram positivo e alguns, inclusive, já se recuperaram.
Entre os infectados pelo Covid-19 está o bispo de Bérgamo, Dom
Francesco Beschi, que segue se recuperando bem. Já o bispo de Cremona,
Dom Antonio Napolioni, recuperado, retornou à residência episcopal nesta
segunda-feira (16) para o período de convalescença e 14 dias de
quarentena. Depois, o prelado deverá refazer os exames para confirmar
que já não tem a doença.
Período “perfeito” de conversão
Dom Atonio assegura que esta crise deve ser vivida como “uma
oportunidade para a conversão” neste tempo de Quaresma. Em entrevista
concedida ao Vatican News, quando ainda estava internado, mostrou pesar
pelo falecimento, no mesmo hospital em que se encontrava em Bérgamo, do
sacerdote de 75 anos, Pe. Vincenzo Rini, ex-presidente da agência SIR
(Serviço de Informação Religiosa), diretor do semanário diocesano “La
Vitta Cattolica” e presidente da Federação Italiana de Semanários
Católicos.
Ao viver a doença em primeira pessoa, o bispo exortou a não ter medo e
a aproveitar este período de isolamento domiciliar para “redescobrir a
presença do Senhor de uma forma muito mais poderosa e fiel”. Uma
Quaresma “dramaticamente dura, mas precisamente, por isso, perfeita”.
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