O chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Fabio
Wajngarten, chamou neste domingo (17) de "incrível enredo ficcional" as
declarações à Folha de S.Paulo do empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ)
sobre uma suposto vazamento de investigação da Polícia Federal ao
senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair
Bolsonaro (sem partido).
Em rede social, ele afirmou ser "inverossímil a narrativa de
oportunistas que buscam holofotes a qualquer preço". "Precisam
contratar um bom roteirista para dar credibilidade a esse incrível
enredo ficcional. Meu apoio ao senador @FlavioBolsonaro e ao PR
@jairbolsonaro por mais essa tentativa de atingi-los."
Em
entrevista à Folha, Marinho, que é suplente de Flávio no Senado e rompeu
com o clã Bolsonaro após as eleições, disse que, segundo ouviu do
próprio filho do presidente, um delegado da Polícia Federal antecipou a
ele em outubro de 2018 que a Operação Furna da Onça seria realizada.
A
operação, segundo Marinho, teria sido "segurada" para que não
atrapalhasse Bolsonaro na disputa do segundo turno da eleição. Os
desdobramentos da Furna da Onça revelaram um suposto esquema de
"rachadinha" na Alerj (Assembléia Legislativa do Rio) e atingiu Fabrício
Queiroz, policial militar aposentado amigo de Jair Bolsonaro e
ex-assessor de Flavio na Assembleia.
O empresário Paulo Marinho,
68, foi um dos mais importantes e próximos apoiadores de Jair Bolsonaro
na campanha presidencial de 2018. Ele não apenas cedeu sua casa no Rio
de Janeiro para a estrutura de campanha do então deputado federal, que
ainda hoje chama de "capitão", como foi candidato a suplente na chapa do
filho dele, Flávio Bolsonaro, que concorria ao Senado.
Os
dois foram eleitos. Hoje o empresário está filiado ao PSDB, do
governador João Doria (SP), e é pré-candidato a prefeito do Rio.
De
acordo com Paulo Marinho, em dezembro daquele ano, Flávio o procurou
"absolutamente transtornado" em busca de uma indicação de um advogado
criminal. Marinho afirmou que o filho do presidente disse que soube com
antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu Queiroz, seria
deflagrada.
Foi avisado da existência dela entre o primeiro e o
segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era
simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro. Mais: os policiais teriam
segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio
do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro.
O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir
Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado
federal de Jair Bolsonaro em Brasília. Os dois, de fato, foram
exonerados naquele período –mais precisamente, no dia 15 de outubro de
2018.
FOLHAPRESS
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