quinta-feira, 28 de maio de 2020

Maia vê risco em redução do auxílio emergencial defendida por Guedes

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (28) que a prorrogação da concessão do auxílio de R$ 600 já é consenso, mas disse ver risco em uma eventual redução desse valor, como defende o ministro Paulo Guedes (Economia).
O deputado participou de seminário "Retorno da atividade econômica pós isolamento social", realizado virtualmente e que contou com a participação do economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central.
Também discutiram o assunto os economistas Ana Paula Vescovi, do Santander, Edmar Bacha, que participou da criação do Plano Real, e Ilan Goldfajn, ex-presidente do BC.
Maia afirmou que, apesar do custo do auxílio emergencial, já é praticamente consensual a prorrogação da medida, criada para durar apenas três meses, com valores concedidos em abril, maio e junho.
A discussão se dá em torno do valor. "Eu tenho medo da redução do custo do auxílio emergencial, o que isso impacta na reação das pessoas", disse.
"Acho que a redução do valor pode gerar... da mesma forma que 'o não auxílio', a redução do valor pode ter consequências também na base da sociedade."
No último dia 20, Guedes admitiu a possibilidade de estender o benefício, mas defendeu que o valor fosse cortado para R$ 200, valor inicial proposto para o auxílio no Congresso - somente após pressão dos parlamentares o governo decidiu elevar a ajuda a R$ 600.
Dois dias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o governo estenderia o auxílio emergencial para informais, mas com valor abaixo de R$ 600. Ele disse que haveria uma quarta parcela da ajuda e que inclusive poderia ocorrer um quinto pagamento.
"Conversei com o Paulo Guedes que vamos ter que dar uma amortecida nisso daí. Vai ter a quarta parcela, mas não de R$ 600. Eu não sei quanto vai ser, R$ 300, R$ 400; e talvez tenha a quinta [parcela]. Talvez seja R$ 200 ou R$ 300. Até para ver se a economia pega", disse.
Nesta quinta, Maia defendeu proposta dos economistas de reorganizar programas como o seguro-desemprego e construir uma renda que possa complementar o auxílio emergencial de forma a sinalizar que será mantido o equilíbrio fiscal do país.
O governo autorizou nesta terça-feira (26) a liberação de mais R$ 28,7 bilhões para bancar o auxílio emergencial de R$ 600. Com o novo repasse, o custo do programa já alcança R$ 152,6 bilhões.
Em março, ao anunciar o programa, o Ministério da Economia informou que a medida beneficiaria entre 15 e 20 milhões de pessoas a um custo total de R$ 15 bilhões aos cofres públicos.
 Por Folhapress

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