segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Agência dos EUA agora avalia que pandemia surgiu de vazamento em laboratório

Ilustração do coronavírus 

Ilustração do coronavírus Alissa Eckert, MS; Dan Higgins, MAM/CDC/Divulgação via Reuters

A comunidade de inteligência dos EUA é composta por 18 agências, incluindo escritórios nos departamentos de Energia, Estado e Tesouro. Oito deles participaram da revisão das origens da Covid-19 junto com o Conselho Nacional de Inteligência.

A conclusão do Departamento de Energia é relevante porque a agência possui considerável conhecimento científico e supervisiona uma rede de laboratórios nacionais dos EUA. No entanto, o departamento fez seu julgamento com “baixa confiança” de acordo com pessoas que leram o relatório confidencial. Já o FBI, que havia chegado à mesma conclusão antes, tem “confiança moderada” nesta visão.

Telegramas do Departamento de Estado dos EUA escritos em 2018 e documentos internos chineses mostram que havia preocupações persistentes sobre os procedimentos de biossegurança da China, que foram citados pelos proponentes da hipótese de vazamento de laboratório. 

O SARS-CoV-2 circulou pela primeira vez em Wuhan, na China, até novembro de 2019, de acordo com o relatório de inteligência dos EUA de 2021.

Autoridades dos EUA se recusaram a dar detalhes sobre as novas informações que levaram o Departamento de Energia a mudar de posição. Eles acrescentaram que, embora o Departamento de Energia e o FBI digam que um vazamento não intencional do laboratório é mais provável, eles chegaram a essas conclusões por diferentes razões.

Apesar das análises divergentes, a atualização reafirma um consenso de que a pandemia não foi resultado de um programa chinês de armas biológicas, ressaltaram as fontes. Um oficial da inteligência dos EUA confirmou que a comunidade de inteligência conduziu a atualização à luz de novas informações, estudos mais aprofundados da literatura acadêmica e consultas a especialistas de fora do governo.

A atualização, que tem menos de cinco páginas, não foi solicitada pelo Congresso. Parlamentares, principalmente os republicanos da Câmara e do Senado, vêm realizando suas próprias investigações e pressionando o governo do presidente Joe Biden e a comunidade de inteligência para obter mais informações.

As autoridades não disseram se uma versão não confidencial da atualização será apresentada.

Um porta-voz do Departamento de Energia se recusou a discutir os detalhes da avaliação. O FBI também se recusou a comentar. 

A China contesta que o vírus possa ter vazado de um de seus laboratórios e sugere que ele surgiu fora do país. O governo chinês não respondeu a pedidos de comentários sobre se houve alguma mudança em sua avaliação.

Em maio de 2021, o presidente Biden disse à comunidade de inteligência do país para intensificar as investigações sobre as origens da pandemia e ordenou que a revisão se baseasse no trabalho dos laboratórios nacionais e agências dos EUA. 

O relatório de outubro de 2021 dizia que havia consenso de que a Covid-19 não resultava de um programa chinês de armas biológicas. Mas não resolvia o debate sobre se resultou de vazamento de laboratório ou se veio de um animal, apontando que mais informações eram necessárias das autoridades chinesas.

Fontes: Dow Jones Newswires/Estadão Conteúdo

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