O Aviso aos Aeronavegantes (NOTAM) emitido pelo governo americano já tem efeito imediato nos voos das companhias aéreas na região do Caribe, e a GOL está fazendo um desvio para evitar o espaço aéreo da Venezuela.
Enquanto a Azul tem optado por uma rota mais ao leste nos voos entre a Flórida e o Brasil, a GOL cancelou o voo de hoje (23) entre Manaus e Caracas, que era originalmente um voo sem escalas saindo de São Paulo, mas que teve a ida alterada para uma parada na capital amazonense para permitir que a tripulação não pernoite na capital venezuelana, dada a alta violência no país comandado pelo ditador Nicolás Maduro.
Já outra rota da companhia, para Aruba, teve o trajeto alterado para evitar a Região de Informação de Voo (FIR) de Maiquetía, que é controlada pela Venezuela. No voo de ida, o trajeto está sendo feito mais ao oeste, com a aeronave Boeing 737 MAX 8 saindo do Brasil pelo estado do Amazonas e passando pela Colômbia até atingir o Mar do Caribe.
No voo de volta, o trajeto é feito no sentido nordeste, antes de a aeronave dar praticamente meia-volta e seguir no sentido sudeste, sobrevoando Trinidad e Tobago, entrando no continente sul-americano pela Guiana, passando pelo Suriname antes de entrar no Brasil pelo estado do Pará, em vez da rota anterior, que cruzava toda a Venezuela e entrava em território brasileiro por Roraima. Em média, esses desvios têm adicionado entre 44 e 50 minutos ao voo em cada sentido.A medida tomada pela GOL, assim como outras companhias aéreas como a Copa Airlines, Iberia e TAP Air Portugal, não está relacionada apenas à segurança de voo, dados os riscos expostos no NOTAM, mas também ao seguro das aeronaves.
Muitas seguradoras mantêm condições na apólice de maneira a não permitir que o seguro seja acionado em caso de sinistro em áreas com NOTAM ativo relacionado à segurança de voo. Com isso, a companhia aérea não seria coberta em caso de algum problema, desde desvio por pane até uma eventual interferência ilícita.
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