Aldair Dantas
Na missa em ação de graças pelo aniversário da governadora, ela faz um pronunciamento emocionado
Rosalba
Ciarlini aproveitou os festejos em comemoração ao seu aniversário para
reagir, de forma indireta, às críticas dos adversários, que tratam como
inaceitável a suposta influência do ex-deputado Carlos Augusto Rosado,
seu marido, no Governo. Ela destacou, durante a celebração ecumênica,
que tem um "casamento feliz de 42 anos e que deseja a todos uma união
tão feliz quanto à sua". "Construímos nossa família com muita lealdade.
Eu desejo a todos vocês que tenham uma união tão frutífera quanto a
minha. São anos de carinho e dedicação", destacou a governadora, que foi
às lágrimas ao falar do marido.Na missa em ação de graças pelo aniversário da governadora, ela faz um pronunciamento emocionado
Carlos Augusto Rosado não acompanhou a esposa na missa celebrada no Palácio da Cultura. Ao lado dela, os filhos Carlos Eduardo e Lorena Ciarlini, netos, irmãos e o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PMN). Deputados e vereadores governistas também participaram da celebração. Ao chegar ao local, foi indagada pela imprensa sobre a suposta participação do ex-deputado do DEM na administração estadual: "Um grande companheiro, amigo e com certeza vai continuar ajudando na alegria e na tristeza", limitou-se em responder.
Além da homenagem, os secretários titulares e adjuntos ratearam um presente - colar, anel e brinco de esmeraldas - estimado em R$ 25 mil.
Analista vê fortalecimento da oposição
O jornalista, consultor político e professor titular da Universidade de São Paulo (USP), Gaudêncio Torquato, fez uma análise sobre o novo cenário político do Rio Grande do Norte após o rompimento do vice-governador Robinson Faria (PSD). Potiguar, ele acompanha de longe, porém com assiduidade e precisão, a cena política do Rio Grande do Norte. Gaudêncio Torquato avaliou que a decisão da governadora de nomear para o núcleo central do Governo auxiliares advindos da época em que era Prefeita de Mossoró, pode gerar uma "mossorolização do Estado e causar certa indignação por parte dos natalenses". "Se ela centrar seu governo muito em cima da assessoria que vem desde a época de prefeita vai ser daqui a pouco carimbada como o estado central de Mossoró", destacou.
Divulgação
Gaudêncio Torquato alerta para risco de mossorolização
Sobre
o rompimento com o vice-governador, Torquato assinalou que o Estado
ganha, pelo menos do ponto de vista estratégico, com o fortalecimento de
uma base oposicionista, segundo ele, praticamente inexistente até
então. "Víamos um bloco mais ou menos homogêneo em torno da governadora e
agora se forma um grupo na oposição que com vistas no futuro está mais
forte", destacou ele.Gaudêncio Torquato alerta para risco de mossorolização
O peso da nova oposição, de acordo com o professor, não está na força da ex-governadora Wilma de Faria e sim em torno do vice-governador Robinson Faria. Ele acredita que diante dos fatos revelados nos últimos dias pelos protagonistas da política potiguar, em médio e longo prazos se tenha condição para o fortalecimento de uma base oposicionista para o Governo. "Evidentemente que Robinson, com seu perfil mais jovem, tem condições sem dúvida de ganhar densidade no quadro estadual, vez que já foi presidente da Assembleia por três vezes e tem o apoio de um grupo de deputados e prefeitos, que ainda o acompanham", enfatizou.
A forma como se deu o rompimento do vice-governador com o sistema comandado por Rosalba Ciarlini, segundo Torquato, é mais um ponto em favor de Robinson Faria. Isso porque, explicou ele, a suposta humilhação sofrida, quando da negativa em renomeá-lo para a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, dá ao caso um ingrediente emotiva muito forte no processo. "Emocionalmente pode ter um plus. Eu acho que isso contribui para acirrar ainda mais os ânimos", complementou o professor da Usp.
Gaudêncio Torquato assinalou ainda que o vice-governador pertence a um partido considerado o "pêndulo" do cenário federal, uma vez que nasceu como partido independente. "Eu vejo o PSD como balança do Governo Federal e ninguém pode dispensar uma força dessas", destacou o professor. Ele disse que apesar dos indícios apontados, o quadro político futuro é imprevisível, sobretudo porque em política não se pode precisar cenários com tanta antecedência. Vai depender, atestou ele, de como anda a economia e de como a população analisará o atual governo. " Quem manda na política hoje é o bolso. O cidadão sente primeiro o bolso que alimenta o estômago. Se em 2014 a governadora Rosalba estiver muito bem, parabéns, ela vai ser reeleita. Se estiver capenga e não tiver conseguido cumprir as promessas de campanha sobrará para ela a derrota e quem está na oposição vai ganhar com isso", finalizou o professor.
Da TN
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