O presidente Michel Temer afirmou que uma eventual prisão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato poderá
causar instabilidade para o governo e para o País. A declaração foi
feita durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido nesta segunda-feira, 14.
Temer afirmou que a reação poderia ser liderada por movimentos
sociais ligados ao PT. “Em hipótese de prisão do ex-presidente Lula,
pode-se criar problemas. Não tenho dúvida disso”, disse o presidente.
Lula é réu em três ações – uma por obstrução da Justiça, acusado por
tentar prejudicar as investigações da Lava Jato, e em outras duas sob
acusação de envolvimento em casos de corrupção.
O presidente disse que o Parlamentarismo é o melhor para o País, mas
defendeu que esse possível regime de governo seja avaliado em um
referendo após uma reforma no Congresso. “Eu já fui presidencialista lá
atrás e estou convencido de que precisa ter parlamentarismo sólido”,
disse. Ele não comentou se apoia a recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à
presidência da Câmara.
Temer afirmou ainda que o projeto de criminalização do caixa 2 como
um crime comum e não eleitoral é uma decisão do Congresso Nacional e que
não pode interferir no assunto. Ele disse que ouviu de amigos advogados
que, caso haja a mudança, a criminalização seria apenas considerada
após a aprovação do projeto, mas evitou dar uma opinião pessoal sobre o
tema. “Criminalização do caixa 2 é decisão do Congresso e não posso
interferir”, disse.
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