Marcos Corrêa/PR
O ministro-chefe da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, afirmou nesta terça-feira (15) que o governo só vai
fechar a proposta de reforma da Previdência após viagem do presidente
Jair Bolsonaro a Davos, na Suíça.
"Antes de ele embarcar ele vai assistir a uma apresentação. Ele vai para
lá com isso na cabeça, vai receber textos, vai pensar, vai maturar.
Quando ele voltar a gente vai conversar e eu acho que ele vai bater o
martelo", disse o ministro.
Há 15 dias no cargo, Bolsonaro realiza no próximo fim de semana sua
primeira viagem internacional. Em Davos, na Suíça, ele participa do
Fórum Econômico Mundial, evento anual que reúne a elite econômica e
política mundial em resort nos Alpes suíços.
A expectativa inicial
era de que ele participasse do evento já com a proposta consolidada.
Segundo relatos feitos à reportagem por pessoas próximas ao assunto, há
divergência entre as equipes econômica e política do governo em torno da
profundidade do texto.
Uma das dificuldades, por exemplo, se dá
em torno da proposta de reforma que envolva os militares, que resistem a
serem incluídos no projeto em discussão. Capitão reformado do Exército,
Bolsonaro tem sete ministros militares além de seu vice, o general
Hamilton Mourão.
Enquanto o ministro Paulo Guedes (Economia) quer modificações mais
robustas, políticos defendem uma visão mais branda do texto. O assunto
será arbitrado por Bolsonaro, que já deu declarações recentes sobre
mudanças nas regras de aposentadoria que pegaram a equipe econômica de
surpresa.
Segundo Onyx, será feita a apresentação de um texto sobre a reforma a Bolsonaro até o fim da semana.
As
mudanças na Previdência são vistas como cruciais para o governo, que
tem entre outros desafios a previsão de um deficit fiscal de R$ 139
bilhões para 2019.
Segundo o ministro, na sequência o governo quer
ainda implementar uma reforma tributária, velha promessa dos últimos
ex-presidentes.
Bolsonaro deve embarcar no próximo domingo (20) e
retorna ao Brasil no dia 25, às vésperas da realização de uma cirurgia
para a retirada da bolsa de colostomia. Trata-se da terceira operação a
qual será submetido em decorrência de uma facada sofrida durante a
campanha eleitoral.
A cirurgia está marcada para 28 de janeiro em
São Paulo, poucos dias antes do início das atividades do Legislativo, no
dia 1º de fevereiro.
Bolsonaro deve ser a figura de destaque em um jantar oferecido pelo
Fórum Econômico Mundial na noite do próximo dia 23. Além do dirigente
brasileiro, o jantar fechado para convidados reunirá os presidentes Iván
Duque (Colômbia), Lenín Moreno (Equador), Martín Vizcarra (Peru) e
Carlos Alvarado Quesada (Costa Rica), com apresentação do CEO da
Microsoft, Satya Nadella, sob o tema "Um futuro centrado em humanos para
a América Latina".
O presidente viajará com uma comitiva de
quatro ministros: Sergio Moro (Justiça), Guedes, Ernesto Araújo
(Relações Exteriores) e Augusto Heleno (GSI). Segundo Onyx, a presença
de Heleno será pelo 'dever de ofício' de garantir a segurança do
presidente.
A organização do fórum divulgou nesta terça (15) detalhes da 49ª edição
do evento criado por Klaus Schwab para debater os rumos da economia e
política global. Além de Bolsonaro, cerca de 60 chefes de Estado ou
governo estarão presentes na cidade suíça, incluindo os premiês do
Japão, Shinzo Abe, e de Israel, Binyamin Netanyahu, que acaba de se
reunir com Bolsonaro no Brasil.
Com informações da Folhapress.
Nenhum comentário:
Postar um comentário