“Acho que a presidente Dilma, ao mandar o projeto de lei 36, reconheceu a falência da política fiscal do seu governo”
O deputado federal Felipe Maia (DEM) acusou a presidente da
República, Dilma Rousseff (PT), de crime de responsabilidade. O
parlamentar criticou a aprovação da lei que altera o superávit primário.
Para Felipe, a presidente usou o Congresso Nacional para não ser
acusada do crime de responsabilidade. Ao tentar alterar o superávit
primário (diferença entre receitas e despesas usada para pagar dívida
pública), segundo Felipe, a chefe do Executivo confessaria que errou na
administração econômica do país. A mesma opinião é compartilhada pelo
líder do DEM no Senado, José Agripino Maia.
“Eu acho que a presidente Dilma, ao mandar o projeto de lei 36,
reconheceu a falência da política fiscal do seu governo. O governo, que
teria que ter um superávit primário de R$ 116 bilhões, chega com déficit
de R$ 15 bilhões. Para completar, em desrespeito à base, mobiliza a
base para mudar a regra do jogo, tornando o superávit deficitário. Na
prática, se fabrica um superávit, que é a despesa maior que a receita.
Hoje o Brasil tem um déficit de R$ 15 bilhões de reais. E a presidente
mandou o projeto de lei para tirar dos gastos do governo as obras do PAC
e as desonerações fiscais”, analisou Felipe.
Para Felipe Maia, o governo ainda desmoraliza a sua base de apoio no
Congresso Nacional, mandando um decreto em que libera R$ 10 bilhões para
alguns ministérios, onde R$ 445 milhões são para emendas parlamentares.
“Ou seja, R$ 741 mil per capta por deputado, para votar o projeto e
livrar a presidente do crime de responsabilidade, o qual ela cometeu”,
frisou Felipe. “O governo gastou mais que arrecadou e descumpriu a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelecia a meta de R$ 116
bilhões de superávit. O que aconteceu ontem foi que o governo tentou
limpar a cena do crime. O crime foi cometido. Ela tentou mudar a cena do
crime, mudando a regra do jogo”, frisou.
Após 17 horas de discussão, a Casa aprovou, na madrugada desta
quinta-feira (4), a alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e
a eliminação da meta fiscal de 2014. Os parlamentares aprovaram o
texto-base da proposta, mas, por falta de quorum, o último destaque
(proposta de alteração ao texto principal) não foi votado e uma nova
sessão foi convocada para a próxima terça-feira (9).
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