Uma vacina contra a dengue, doença tropical que afetou mais de 1,6
milhão de pessoas no Brasil no ano passado, começou a ser comercializada
esta semana no país, informou na quinta-feira o laboratório que a
produz.
Fabricada pela empresa francesa Sanofi Pasteur, a vacina atua contra
os quatro tipos de vírus da dengue, doença que deixou 843 mortos em 2015
no país que acolherá em poucos dias os primeiros Jogos Olímpicos da
América do Sul.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tinha aprovado a
distribuição da vacina “Dengvaxia” no fim de dezembro passado, mas
entrou em circulação só esta semana depois que organismos reguladores
definiram o custo que a dose terá.
O antígeno só poderá ser adquirido em clínicas privadas do Brasil,
exceto no estado do Paraná (sul), onde um projeto do governo local
disponibilizará a dose na rede pública, informou a assessoria de
imprensa do laboratório.
A vacina poderá ser aplicada em pessoas com idades de 9 a 45 anos e
deve ser administrada em três doses com intervalos de seis meses, embora
ofereça proteção a partir da primeira.
No final do ano passado, quando a vacina contra a dengue foi
aprovada, o Brasil estava no centro de um surto mundial de vírus da
zika, transmitido pelo mosquito assim como o da dengue e da chikungunya.
O zika pode causar transtornos neurológicos e microcefalia em fetos
de mães infectadas, uma malformação que atrofia o crescimento do crânio e
do cérebro com consequências no desenvolvimento intelectual e motor das
crianças.
Até 18 de junho foram confirmados 1.616 casos de microcefalia em bebês.
Segundo a OMS, a dengue afeta 50 milhões de pessoas ao ano no mundo.
De acordo com especialistas, as infecções por dengue e zika
alcançaram enormes dimensões porque o Brasil não enfrentou
apropriadamente o controle do mosquito, que prolifera em ambientes
tropicais devido ao acúmulo de água, ideal para a reprodução destes
insetos.