Um garçom, de 34 anos, esfaqueou três pessoas em um restaurante de Camocim, interior do Ceará,
no domingo, 28. Uma das vítimas, o vereador Cesar Araújo Veras
(PDT), de 51 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu após o ataque.
Outras duas pessoas também foram atingidas e encaminhadas a hospitais da
região, o estado de saúde não foi divulgado.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará,
o vereador chegou ao local momentos antes de ser atingido. Imagens de
câmeras de segurança registraram o momento em que o parlamentar se senta
à mesa e na sequência é golpeado no pescoço. O garçom se dirige para
outro ponto do restaurante e desfere golpes contra as outras vítimas,
dois homens de 55 e 56 anos. Um tumulto se forma entre os clientes do
estabelecimento e o suspeito foge do local com a faca em mãos.
O homem foi localizado por equipes da Polícia Militar e Polícia Civil
que identificaram e prenderam o suspeito em flagrante com a arma
utilizada no crime na saída da cidade. Após a prisão, o homem foi
conduzido para a Delegacia Regional de Sobral, unidade plantonista da
Polícia Civil na região, onde foi autuado em flagrante por homicídio
qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa e duas tentativas de
homicídio qualificado.
A Delegacia Regional de Sobral está
conduzindo investigações para identificar as motivações do crime, o
homem permanece à disposição da Justiça.
Em
nota divulgada nas redes social, a Câmara Municipal de Camocim lamentou
o ocorrido e decretou luto oficial de três dias. O velório do
parlamentar, aberto ao público, está acontecendo na Quadra do Instituto
São José, o sepultamento será às 17h, no Cemitério São José.
'Não tem nada que possa apontar o motivo', diz delegado sobre assassinato de vereador em Camocim.
Passadas 24 horas do assassinato do vereador por Camocim, César Veras (PSB), o diretor de Polícia Judiciária do Interior Norte, da Polícia Civil do Ceará (PCCE), Marcos Aurélio Elias de França, afirmou, em entrevista ao Diário do Nordeste, que "ainda não tem absolutamente nada que possa apontar qualquer motivo para ele (suspeito) fazer isso"."Nós
temos autoria e materialidade bem definidas, mas a motivação ainda é
prematura falar. Ouvimos pessoas pela manhã de hoje, inclusive colegas
de trabalho do suspeito. Ele trabalhava no restaurante há 13 anos. Ainda
não tem absolutamente nada que possa apontar qualquer motivo para ele
(suspeito) fazer isso", revela o diretor de Polícia Judiciária do
Interior Norte.
Conforme Marcos Aurélio, as primeiras testemunhas não
apontaram desentendimentos, brigas ou motivos para vingança entre
suspeito e vítima. "O inquérito está começando agora, temos 30 dias, que
são prorrogáveis por mais 30. As fontes socorridas ainda vão ser
ouvidas, quando tiverem condições de saúde", apontou o delegado.
Ao ser detido por policiais militares, Antônio Charlan
Rocha Souza teria dito que "estava sendo perseguido por colegas de
trabalho e clientes", segundo o investigador. Entretanto, em depoimento à
Polícia Civil, o garçom falou que não lembrava o que aconteceu no
restaurante. Ele não tinha histórico criminal.
O garçom teve a prisão
em flagrante convertida em preventiva, durante audiência de custódia
realizada, nesta segunda-feira (29), no 5º Núcleo Regional de Custódia e
de Inquérito com sede em Sobral.
Câmeras flagraram ação criminosa
Imagens de câmeras de segurança mostram a ação do garçom que matou o vereador por Camocim César Veras,
em um restaurante da cidade. No vídeo, é possível ver o parlamentar
sentando em uma mesa, numa área ao centro do estabelecimento, junto da
filha.
Momentos após sentar-se, o
político é atendido por um dos garçons, que se aproxima da mesa com o
que parece ser um cardápio. Enquanto isso, outro funcionário, que estava
numa parte ao fundo da imagem, vai até ele, por trás, e dá um golpe de
faca no pescoço.
O autor da facada rapidamente
vai em direção à outra mesa, onde estava sentado o dono do restaurante,
Euclides Oliveira, e também o agride com a arma branca. Há uma correria
entre os clientes, e o suspeito acerta um terceiro homem, antes de
fugir.