Anna Ruth Dantas - Repórter
O
PMDB do Rio Grande do Norte oficializou ontem o rompimento com o
Governo Rosalba Ciarlini. Após duas horas de reunião da executiva
estadual, o partido também definiu que terá candidatura própria no
pleito de 2014. Embora a legenda ainda não tenha definido nome para
disputar a eleição, já divulgou que na próxima semana formará um grupo
de trabalho para elaborar um projeto de governo. O encontro da executiva
estadual foi coordenado pelo presidente estadual da legenda, deputado
Henrique Eduardo Alves, e coube a ele fazer o anúncio oficial, durante
entrevista coletiva. “De maneira consensual, o partido se afasta do
projeto político da governadora Rosalba Ciarlini”, disse ele.
Júnior Santos
Henrique Eduardo e Garibaldi Filho participam da reunião da Executiva Estadual do PMDB
Cauteloso, expressou “respeito à governadora”, mas disse que há uma
discordância do partido sobre como Rosalba Ciarlini conduz
administrativamente o Estado. “Declaro todo respeito e toda
consideração, ela sempre teve tratamento respeitoso, mas a questão é do
ponto de vista administrativo, como executa a política administrativa,
conversa muito pouco e trata muito pouco dos problemas que todos
gostariam de verem resolvidos, por um diálogo”, destacou.
O
presidente estadual do PMDB observou que a decisão de afastamento
político do Governo é em consonância com as bases peeemedebistas. “O
PMDB atende a sua base e se torna independente para o projeto político e
eleitoral de 2014”, disse.
O líder peemedebista ponderou que as
dificuldades encontradas pela governadora Rosalba na administração não
foram criadas por ela, mas se acentuaram a partir dela. “O que Rosalba
está passando não é só coisa do seu governo, mas vinha e se agravando.
Há coisas que ao longo do tempo se agravaram”, analisou.
O
deputado federal Henrique Eduardo Alves ressaltou que o rompimemto é
político, mas não haverá qualquer distanciamento no projeto do PMDB de
trabalhar pelo Rio Grande do Norte. “No campo administrativo, o Governo
contará 100% com meu esforço, de Garibaldi Filho, com os deputados. Não é
rompimento com o Estado do Rio Grande do Norte, é o afastamento
político da governadora”, completou
CANDIDATURA PRÓPRIA
A
justificativa do projeto de candidatura própria ao Governo foi posta
pelo deputado federal Henrique Eduardo Alves como reflexo da força da
legenda neste momento. “Em razão da sua força, da sua responsabilidade
com sua militância, (o PMDB) vai lutar para construção de candidatura
própria”, afirmou, acrescentando que durante o encontro da executiva
estadual não foram discutidos nomes para a disputa majoritária.
O
presidente do PMDB disse que o momento não é de discutir nomes, mas de
fazer um projeto para apresentar ao Estado. “Não é hora de buscar nomes,
mas buscar a unidade e logo após constituir um grupo de trabalho, que
faremos até segunda-feira, para repensar um desenvolvimento possível,
real, de visibilidade que o Rio Grande do Norte, que está carente em
relação a confiar, ele possa acreditar na proposta renovadora do PMDB”,
destacou.
Henrique Eduardo criticou a “personificação” de projeto
político. Ele disse que a cobrança popular é pela eficiência e execução
de um projeto real. “O Rio Grande do Norte não quer personificar, o que
o povo quer agora é capacidade, eficiência, projeto viável, que as
pessoas acreditem na solução dos problemas que se agravam, vamos
preparar um projeto para apresentar”, ressaltou. Questionado se o
candidato próprio do PMDB ao Governo poderia vir de fora dos já lançados
na política. “Pode ser nome dentro da política, fora da política, todos
que queiram abraçar o projeto que terá conteúdo e consistência”,
frisou. O deputado federal disse que o PMDB não vai cobrar de nenhum
partido o rompimento com o Governo Rosalba. “Estamos abrindo o diálogo
com todos os partidos que queiram participar do projeto que vamos
propor”, afirmou.