- ASSECOM/EMPARN
Os meteorologistas do Nordeste e
outros especialistas nacionais de institutos de meteorologia, reunidos
em Fortaleza/CE, na Fundação Cearense de Meteorologia, no
XVII Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido
Nordestino, concluíram a análise climática para o período de fevereiro a
abril de 2015. Segundo o prognóstico, “existe uma tendência de que as
chuvas para os próximos três meses (fevereiro, março e abril de 2015)
apresentem valores abaixo da normalidade, com grande variabilidade
temporal e espacial, conforme os seguintes percentuais: 45% abaixo do
normal; 35% dentro do normal e apenas 20% acima do normal.
Nesse encontro estiveram presentes, além
dos pesquisadores e técnicos da FUNCEME que conduziram a reunião,
representantes dos centros estaduais de meteorologia do Nordeste,
CPTEC/INPE, EMPARN, APAC, INEMA, UFCG, UECE, Petrobras e pesquisadores
do UK MetOffice (via Skype). Segundo os meteorologistas, na análise dos
resultados dos modelos oceânicos, que simulam o comportamento da
temperatura da superfície dos oceanos para os próximos meses, mostra uma
tendência de diminuição do Fenômeno El Niño no Pacífico e um quadro de
normalidade para o oceano Atlântico. Essa simulação foi utilizada para
estimar o comportamento das chuvas para os próximos meses, dando como
resultado uma condição de chuva abaixo da média histórica para o
período.
Assim, com as análises dos parâmetros
climáticos globais referentes ao mês de dezembro de 2014 e os resultados
dos principais modelos oceânicos/atmosféricos (CPTEC/INPE, FUNCEME,
IRI, UK MetOffice) e estatístico (INMET), existe uma tendência de que as
chuvas para os próximos três meses (fevereiro, março e abril de 2015)
apresentem valores abaixo da normalidade, com grande variabilidade
temporal e espacial.
No primeiro momento do encontro, os
Estados apresentaram as condições pluviométricas referentes ao mês de
dezembro e início de janeiro de 2015, destacando os baixos índices de
chuvas ocorridos nos Estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte,
Pernambuco e Bahia. Para a primeira quinzena de janeiro as chuvas também
foram de pequena intensidade e localizadas mesmo com a atuação de
vários Vórtices Ciclônicos em Ar Superior (Sistema Meteorológico
Transiente que atua sobre a região durante o verão).
Com relação à condição hídrica do Rio
Grande do Norte, prevalece uma alta deficiência no armazenamento de água
nos principais reservatórios do seu semiárido, com algumas regiões em
situação próximo ao colapso total no abastecimento, caso das
Microrregiões do Seridó Ocidental e Oriental, Borborema Potiguar e o
Alto Oeste. Os maiores reservatórios do Estado (Barragem Armando Ribeiro
Gonçalves, Santa Cruz e Umari) apresentam uma situação volumétrica que
varia de 30 a 45% dos seus volumes máximos.
Em seguida, foram apresentados os
parâmetros atmosféricos que influenciam diretamente na ocorrência de
chuvas na região, com destaque à condição de temperatura das águas
superficiais dos oceanos Atlântico e Pacífico. Essa variável, pelo lado
do Oceano Atlântico apresentou durante o mês de dezembro passado uma
condição ainda desfavorável, uma vez que na bacia tropical sul as águas
superficiais apresentaram anomalias negativas, isto é, águas mais frias
do que o normal, enquanto que na bacia tropical norte deste oceano as
águas estiveram um pouco mais aquecidas do que o normal, comportamento
esse desfavorável para o deslocamento da Zona de Convergência
Intertropical (Principal Sistema Meteorológico causador das chuvas no
Nordeste Brasileiro no período de fevereiro a maio), para posições mais
próximas do Nordeste.
Outro comportamento não favorável a
ocorrência de chuvas de modo satisfatório na região nordeste para os
próximos meses foi a condição térmica apresentada pelas águas
superficiais do Oceano Pacífico que, mesmo apresentado uma redução na
anomalia ainda estiveram mais quentes do que o normal.
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