O empresário Rômulo Lemos foi condenado a três anos de reclusão por
lesão corporal grave cometida contra a advogada Rhanna Diógenes, que
teve seu braço direito quebrado por ele há quase cinco anos na boate
Peppers Hall, na zona Sul de Natal. O caso ganhou repercussão nacional e
o Apartamento 702 conversou com Rhanna no ano passado.
A sentença dada pelo juiz Alceu Cicco, da 2ª Vara Criminal da Zona
Sul de Natal, destaca que o crime cometido pelo réu foi fruto do
machismo. A decisão detalha ainda que as lesões sofridas pela vítima
“foram decorrentes, única e exclusivamente, da conduta do réu, porquanto
este permaneceu segurando o braço da vítima durante todo o tempo em que
discutiam e, após a tentativa desesperada dela de se desvencilhar,
puxou-a em direção ao solo golpeando-lhe o braço”.
Para Rhanna, “o resultado foi muito significativo, emocionante, uma
vez que um homem sem caráter e desconhecido me causou dor e sofrimento,
mas outro homem, também desconhecido, mas com dignidade e justiça,
devolveu minha paz de espírito. É preciso entender que não se trata de
uma guerra entre sexos, mas, sim, um combate entre pessoas que amam a
igualdade e aquelas que a odeiam. O Juiz Alceu Cicco fez muito mais do
que aplicar uma sentença. Deu uma lição de vida e um meio de esperança
de que devemos, sim, denunciar, e que nós, mulheres, não podemos mais
nos calar”, disse em redes sociais.
Com essa condenação de três
anos no Caso Rhanna, Rômulo Lemos já acumula cinco anos de reclusão, em
virtude de outra condenação pela agressão de sua ex-companheira, já em
grau de recurso no Tribunal de Justiça do RN. Caso ambas as sentenças
sejam confirmadas pelo Tribunal de Justiça, o cumprimento da pena será
no semi-aberto, podendo evoluir para o fechado, no caso de agravamento
da pena.
A advogada, Rhanna Diógenes (24), que atualmente é pré-candidata a
vereadora de Natal, considerou a sentença satisfatória e disse: “muitas
mulheres podem pensar que três anos é pouco, mas como fui vítima de
lesão corporal é quase o tempo máximo da pena.” O crime de lesão
corporal grave prevê pena de um a cinco anos e esta condenação
representa cerca de 75% de pena máxima, mas ainda cabe recurso tanto
para o condenado como para o Ministério Público.
Quando questionada
sobre a candidatura no pleito de 2016, a jovem afirmou: “não é
oportunismo, mas no momento em que fui agredida me vi com vergonha e com
medo de denunciar, isso fruto de uma sociedade de homens e mulheres
machistas.” Com o objetivo de propor esse e outros debates que Rhanna
vai disputar uma das 29 vagas na Câmara dos Vereadores.
Fonte: Apartamento 702
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