O papa emérito Bento XVI defendeu sua decisão de renunciar ao cargo de
líder da Igreja Católica em duas cartas particulares escritas em
novembro do ano passado, reveladas pela imprensa internacional nesta
quinta-feira (20).
Nos documentos, Joseph Ratzinger disse compreender "a profunda dor" que o
final de seu pontificado provocou nos cardeais e em outros católicos.
Mas ele também advertiu que, em alguns, a dor "se tornou uma raiva que
não mais só me dirige, mas a minha pessoa e meu pontificado como um
todo".
Bento XVI ainda se referiu às críticas que recebeu por usar o título
de "Papa Emérito" e ressaltou que "deste modo o próprio pontificado está
sendo desvalorizado em combinação com a tristeza pela situação da
Igreja hoje".
De acordo com o jornal alemão "Bild", o religioso
defendeu sua decisão escrevendo que se um cardeal conhecesse "um caminho
melhor" para suas ações "e, portanto, acredita que pode julgar o que eu
decidi, então, por favor, me diga".
A publicação afirma que as
cartas foram enviadas em novembro de 2017, a um cardeal alemão, não
identificado. No entanto, o norte-americano "The New York Times" diz que
o destinatário é o cardeal Walter Brandmüller.
Em outubro do ano passado, Brandmüller foi entrevistado e expressou
sua preocupação com a ideia de um "papa emérito", algo que "não existe
em toda a história da Igreja". Ainda segundo o jornal alemão, as duas
cartas particulares de Bento XVI seriam uma resposta a esses
comentários. Ratzinger renunciou ao cargo no dia 11 de fevereiro de
2013. O anúncio foi feito durante uma reunião no Vaticano que comemorava
o aniversário do Tratado de Latrão. Em seu discurso, ele afirmou que
estava "cansado" e que não tinha condições de saúde favoráveis para
continuar como Papa. (ANSA)
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