Ione Pedroso (Solidariedade/RR),
eleita em outubro para a Assembleia Legislativa, é alvo da Operação
Zaragata, deflagrada nesta sexta; outros nove investigados também foram
presos.
A Polícia Federal prendeu a deputada estadual eleita Ione Pedroso
(Solidariedade/RR) e outras nove pessoas no âmbito da Operação Zaragata,
deflagrada na sexta, 14, para apurar desvios de R$ 50 milhões em
recursos públicos e cobrança de propinas nos serviços de transporte
escolar em Roraima.
O marido de Ione, o empresário José Wallace Barbosa da Silva, também
foi alvo de prisão, mas ainda não foi localizado. Ele é considerado
foragido pela Polícia Federal. Ao todo, os agentes cumpriram 10 mandados
de prisão e 12 de buscas e apreensão.
Outros três alvos da ação foram os ex-secretários da Fazenda Aline
Karla Lira de Oliveira e Shiská Pereira e o servidor público Thiago Lima
Martinez. Os dois últimos estavam presos por outros processos
envolvendo supostos desvios na merenda escolar do Estado.
O inquérito da Zaragata foi instaurado em agosto deste ano para
apurar supostas irregularidades cometidas em contratação do governo de
Roraima com recursos do Fundeb por meio de dispensa de licitação
emergencial. Segundo a PF, há indícios de esquemas envolvendo o
transporte escolar do Estado, como cobrança de propinas de empresas do
setor, que eram obrigadas a pagar valores entre 10% a 15% das faturas
para receber o pagamento do governo.
“A organização criminosa também falsificava documentos de prestação
de serviços que não eram, de fato, realizados, bem como também fraudava
procedimentos licitatórios”, informou a Federal.
Notas técnicas da Controladoria-Geral da União apontaram indícios de
irregularidades em contratos de transporte escolar. Em um deles, os
valores ultrapassam R$ 78 milhões. Segundo o órgão, os pagamentos
indevidos poderiam chegar a R$ 50 milhões.
“Em alguns casos, certa empresa era contratada para fazer rotas de
transporte já prestadas por outra empresa, a qual efetivamente prestava o
serviço. Ou ainda, uma mesma empresa era contratada várias vezes para a
mesma rota, recebendo vários pagamentos por uma mesma prestação”,
relata a PF.
As investigações contaram com o apoio do Ministério Público Federal,
da Controladoria-Geral da União e do Ministério Público Estadual de
Roraima.
Zaragata faz alusão ao estado de desordem em que se encontra tanto a
prestação dos serviços de transporte quanto os próprios contratos
públicos.
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