Médico do programa Mais Médicos durante atendimento — Foto: Karina Zambrana /ASCOM/MS
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (4) que 1.052 profissionais desistiram do programa Mais Médicos nos primeiros três meses do ano. O número representa 15% das vagas preenchidas por médicos brasileiros após a saída de Cuba do programa em novembro de 2018.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (4) que 1.052 profissionais desistiram do programa Mais Médicos nos primeiros três meses do ano. O número representa 15% das vagas preenchidas por médicos brasileiros após a saída de Cuba do programa em novembro de 2018.
Um
edital foi aberto ainda em novembro para ocupar as 8.517 vagas deixadas
pelos cubanos no programa. No total, 7.120 vagas foram preenchidas por
brasileiros formados no Brasil. As vagas remanescentes foram, então,
oferecidas a médicos formados no exterior, que deveriam ter se
apresentado aos seus postos de trabalho entre os dias 28 e 29 de março.
As 8.517 vagas foram distribuídas por 2.824 municípios e 34 distritos indígenas. O salário é de R$ 11,8.
Segundo
o Ministério da Saúde, ainda está sob análise a oferta destas vagas em
um novo edital. Do total de 1.052 desistências, 14 foram em distritos
indígenas. São Paulo é o estado com o maior número de vagas abertas
(181), seguindo de Bahia (117) e Minas Gerais (104).
Faltam médicos
Diversos
estados relataram a desistência de profissionais do Mais Médicos. Em
Santa Catarina, oito médicos que atuavam nas unidades básicas de saúde
pediram demissão. Muitos deixam o programa para fazer residência.
Em
Uberaba, no Triângulo Mineiro, seis médicos pediram demissão pelo mesmo
motivo e deixaram de atender as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Segundo o secretário municipal de Saúde, Iraci Neto, o processo de
contratação de novos médicos pode ser demorado.
"Esse
processo demora um certo tempo, porque, primeiro, temos que esperar o
programa 'Mais Médicos' encaminhar mais profissionais; depois esses
médicos têm que se apresentar com toda a documentação e, num terceiro
momento, lotarmos esses profissionais nas unidades", explicou.
Em
Divinópolis, também em Minas, oito profissionais pediram para ser
desligados do programa. A falta de médicos prejudica o atendimento nos
postos de saúde da região.
Em
Alagoas, cerca de 20 médicos desistiram do programa. Segundo a
coordenadora do Mais Médicos no estado, Ivana Pitta, as saídas foram por
diversos motivos: "Uns não se adaptam, outros o Exército [Brasileiro]
manda chamar ou [eles] passam em prova de residência".
Cronologia do Mais Médicos
Em novembro de 2018, Cuba anuncia saída do programa
No mesmo, mês governo publica edital com as vagas
8.517 vagas foram abertas
No primeiro edital, todas as vagas foram ofertadas aos médicos com registro no CRM do Brasil
Um segundo edital foi lançado para preencher 1.397 vagas remanescentes com brasileiros formados no exterior
Em janeiro de 2019, os médicos brasileiros começaram a se apresentar aos municípios
No final de março de 2019, os médicos formados no exterior se apresentaram aos municípios
Fonte: G1
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