O conflito de versões da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio sobre
a obtenção da planilha que vinculou o nome de Jair Bolsonaro a um
suspeito do assassinato de Marielle Franco renovou a determinação da
Procuradoria-Geral da República de buscar a federalização do caso, dizem
integrantes do órgão. A avaliação é a de que o pedido para tirar a
investigação das mãos do estado, feito por Raquel Dodge logo no início
da apuração, poderia morrer de inanição, mas, agora, deve ser reforçado.
A avaliação de integrantes do Ministério Público Federal é a de que,
agora, todas as condições estão dadas para uma mudança de patamar da
investigação.
A Folha revelou nesta terça (5) que
a Polícia Civil tem desde novembro do ano passado a planilha que
apontou a casa do presidente como a que autorizou o ingresso de um
suspeito de matar Marielle no condomínio em que os Bolsonaros moravam no Rio.
A documentação, ainda segundo apuração da Folha,
teria sido enviada ao Ministério Público do Rio em março deste ano.
Recentemente, porém, o órgão disse só ter tido acesso às planilhas no
mês passado.
O procurador Douglas Araújo foi sorteado para comandar procedimento
aberto pela PGR após o Ministério Público do Rio ter dito que o porteiro que anotou o
número da casa de Bolsonaro na planilha do condomínio mentiu. Sergio
Moro (Justiça) solicitou a apuração. E é este o caso sob a alçada de
Araújo.
O pedido de federalização está nas mãos de Laurita Vaz, do Superior
Tribunal de Justiça. Segundo colegas, ela pretende levar o caso a
julgamento ainda esse ano.
PAINEL / FOLHA
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