quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Vingança por matérias sobre crack volta a ser cogitada

Mesmo após a prisão e confissão de João Francisco dos Santos, 24 anos, o "Dão", acusado de ter matado o jornalista Francisco Gomes de Medeiros, o F. Gomes, a equipe da Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) permanecerá em Caicó por tempo indeterminado. Ao contrário do que disse na terça-feira, em entrevista coletiva à imprensa, o delegado Ronaldo Gomes admitiu que pode haver ligação do assassinato com a denúncia que a vítima fez, no mês passado, de troca de votos por crack na cidade. Outra novidade ontem é que ontem a Delegacia Geral de Polícia (Degepol) emitiu uma nota na qual diz que o acusado estava sozinho na moto na hora me que efetuou os disparos contra o jornalista - testemunhas haviam informado anteriormente que o crime tinha sido cometido por duas pessoas. A nota ressalta que a autoria do crime está "elucidada".


Ronaldo Gomes , da Deicor, vai permancecer na cidade seridoense. O acusado João Francisco está no presídio Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press
"Nada pode ser descartado, até o fim das investigações. Vamos permanecer na região até concluirmos o inquérito", disse o titular da Deicor. Ronaldo Gomes acredita no envolvimento de terceiros mesmo o acusado tendo assumido a autoria do homicídio. Essas pessoas estariam ligadas principalmente ao narcotráfico na cidade seridoense. "Acreditamos nisso porque F. Gomes recebia constantemente ameaças há muito tempo. Isso era de conhecimento público, pois ele costumava falar disso na rádio onde trabalhava".

O delegado informou, ainda, que, em depoimento, "Dão" alegou ter comprado o revólver calibre 38 utilizado no crime no chamado "Beco da Troca", em Caicó, ao preço de R$ 500. "Mas isso é o que todo bandido diz. Quando é em Natal, dizem ter comprado no Mercado da Avenida 4".

João Francisco encontra-se detido em uma cela isolada na Penitenciária Estadual do Seridó Desembargador Francisco Pereira Nóbrega, o "Pereirão", em Caicó, desde as 21h da terça-feira. Segundo o diretor da unidade, Eider Pereira de Brito, é permitido ao acusado o contato apenas com a promotoria local,a polícia, a direção do presídio e advogado. "Dão" somente poderá conviver com os demais detentos ou receber visitas após 30 dias. Tal medida seria uma determinação judicial adotada para evitar que esses contatos atrapalhem as investigações.

Na tarde de ontem, Ronaldo Gomes cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do acusado, localizada no Centro, e recolheu documentos e objetos pessoais. A roupa encontrada depois do crime, segundo testemunhas, é de "Dão" e está com a Deicor. A arma ainda não havia sido localizada até o fechamento desta edição. O titular chegou a ir ao açude Itans, onde João afirmou ter deixado o objeto, mas não o localizou.

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