© Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) viajou para os Estados Unidos,
contrariando decisão recente expedida pelo ministro Alexandre de Moraes,
do STF (Supremo Tribunal Federal).
Informações
públicas do Governo dos Estados Unidos apontam que o parlamentar
desembarcou em Miami na quinta-feira (23). A saída do senador do país
foi noticiada inicialmente pelo portal UOL e confirmada pela Folha de
S.Paulo.
Marcos do Val
é investigado por ter feito campanha nas redes sociais contra os
policiais federais que atuavam na investigação da trama golpista. Foi
por conta dessa investigação que houve decisão para apreensão do
passaporte dele em agosto de 2024, quando passou a ser investigado e
teve as redes sociais bloqueadas.
Em março
deste ano, Moraes rejeitou um novo recurso do senador contra decisão que
havia determinado a apreensão do seu passaporte.
Em nota
divulgada por sua assessoria, o parlamentar nega que "teria driblado a
Justiça para viajar, durante o recesso parlamentar, aos Estados Unidos".
O texto afirma que ele viajou com o passaporte diplomático.
"Meu
passaporte diplomático, emitido pelo Ministério das Relações Exteriores,
está válido até julho de 2027 e sem restrições. Além disso, meu visto
oficial de entrada nos Estados Unidos foi recentemente renovado, com
validade até 2035", diz o texto.
O senador
iniciou uma transmissão ao vivo no YouTube, falando dos Estados Unidos.
Ele relatou que foi tietado no voo, negou ter fugido do país e diz ter
comunicado a viagem à Polícia Federal, STF e Senado.
Na live, ele diz ter se negado a entregar o passaporte quando policiais foram buscá-lo, após decisão sobre a apreensão.
"Eu vim
passar férias, minha filha está de ferias e estamos com recesso
parlamentar", disse ele na live, relatando que tem uma filha nascida nos
Estados Unidos. A viagem teria iniciado em Brasília, segundo o que ele
disse na transmissão.
A assessoria
do senador encaminhou à reportagem cópia de um pedido feito ao STF para
"participar de viagem familiar internacional entre os dias 23.7 e
3.8.2025". A nota também reforça que teria havido o pedido.
"A minha
saída do país para a presente viagem foi formalmente informada, com a
devida antecedência, a todas as autoridades de direito, tanto no Senado
Federal quanto no Supremo Tribunal Federal, Polícia Federal e Ministério
das Relações Exteriores", diz o texto.
"Apesar de
estar sofrendo graves violações das minhas prerrogativas parlamentares,
até o momento, não há qualquer decisão judicial válida que restrinja a
minha liberdade de locomoção. Continuo exercendo plenamente meu mandato e
mantendo agendas institucionais", diz a nota.
O senador diz
ainda ter adotado "todas as providências oficiais cabíveis para
assegurar o respeito às garantias constitucionais que regem o exercício
da minha atividade parlamentar".
Em
informações divulgadas à imprensa, a equipe do senador afirma que o
passaporte diplomático dele "encontra-se plenamente válido até 31 de
julho de 2027", sem restrições. Diz ainda que a Embaixada dos Estados
Unidos em Brasília renovou o visto oficial do senador com validade até
16 de julho de 2035.