terça-feira, 25 de março de 2014

Malásia confirma queda de avião

Fernando Nakagawa
Agência Estado

Londres (AE) – Dezoito dias depois de levantar voo do aeroporto de Kuala Lumpur com destino à Pequim, na China, o governo da Malásia reconheceu oficialmente ontem que o  Boeing 777 se perdeu no Oceano Índico numa rota diferente daquela prevista no voo MH370. A conclusão foi feita com base em uma nova análise de dados de satélite. Em pronunciamento  ontem, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, explicou que informações conhecidas nas últimas horas permitiram concluir que o pouso do Boeing 777 não seria possível. Por isso, concluíram que o avião se perdeu no mar.

wang shen/xinhua/ecRazak: instrumentos inéditos usados na investigação de acidente aéreo e mensagem de texto enviada a familiares das vítimasRazak: instrumentos inéditos usados na investigação de acidente aéreo e mensagem de texto enviada a familiares das vítimas

Contrariando as críticas das famílias dos passageiros, Razak defendeu a atuação do governo malaio e disse que a investigação feita até agora foi pautada pela transparência e pelo respeito aos familiares. “Usando um tipo de análise nunca antes utilizado em uma investigação deste tipo, eles foram capazes de esclarecer melhor a trajetória de voo do MH370. Baseado em sua nova análise, a Inmarsat (empresa britânica que fornece dados de satélite) e a AAIB (Agência de Investigação de Acidentes Aéreos do Reino Unido) concluíram que o MH370 voou ao longo do corredor sul e que sua última posição foi no meio do Oceano Índico, a oeste de Perth (Austrália)”, disse o primeiro-ministro em comunicado.

Diante dessa última informação, as autoridades chegaram à conclusão de que o avião se perdeu nessa área do Oceano. “Este é um local remoto, longe de todos os possíveis locais de pouso. Por isso, é com profunda tristeza e pesar que devo informá-los que, de acordo com esses novos dados, o voo MH 370 terminou no Oceano Índico Sul”, completou o primeiro-ministro.

Razak disse que o governo dará nova entrevista nesta terça-feira com mais detalhes sobre as investigações. O primeiro-ministro disse ainda que o governo tem compromisso com a “abertura e o respeito às famílias”, afirmando que esses foram “dois princípios que orientaram essa investigação”. Famílias e até o governo chinês criticaram as autoridades malaias pela atuação na investigação.

O primeiro-ministro também pediu à imprensa que respeite as famílias. “As últimas semanas têm sido desoladoras, e eu sei que esta notícia deve ser ainda mais difícil. Peço que a mídia respeite a privacidade (das famílias dos passageiros) e permita o espaço que elas precisam neste momento difícil”, concluiu o primeiro-ministro.

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