segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A pedrada que abateu o gigante Henrique

Diz a máxima popular que quanto maior o gigante, maior a queda. O ditado parece servir sob medida ao deputado federal Henrique Alves, líder do PMDB na Câmara. O sucessor de Aluízio Alves é frequentemente aclamado como um verdadeiro Golias da política nacional. Noves fora a bajulação provinciana, é verdade que o potiguar desfruta de grande prestígio junto ao presidente Lula. Mas o problema é que basta a pedrada de uma funda para abater o Golias.

Na semana passada, Henrique sofreu uma pedrada certeira que quase o leva ao chão. O deputado foi citado como beneficiário do esquema de pagamento de propina comandado pelo governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. O chamado "mensalão do DEM" foi desvendado pela Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal (leia mais abaixo).

A velocidade com que Henrique vai do céu ao inferno político é impressionante. Em 2002, o deputado viveu situação semelhante. Na época, ele era o indicado do seu partido para ser o vice na chapa do presidenciável tucano José Serra. Os planos desandaram quando a revista IstoÉ denunciou que Henrique tinha US$ 15 milhões em contas fantasmas no exterior.

A reportagem se baseava nas revelações da ex-mulher do deputado, Mônica Infante de Azambuja, durante um processo de separação litigiosa.

O deputado nunca sofreu nenhuma punição, mas o caso o fez encolher politicamente, justamente quando ele planejava cruzar as barreiras da província e virar gente grande em Brasília.

Por um destes inexplicáveis caprichos do destino, o azar bateu à porta de Henrique outra vez. No momento em que se preparava para ser o novo presidente da Câmara, ele é obrigado a se justificar à nação.

A política - dizem os mais astutos - não perdoa. Com Henrique, parece que a "ciência do poder" tem sido ainda mais implacável. Ele nunca conseguiu ir além da cadeira que ocupa há 10 mandatos consecutivos no parlamento federal. Mesmo sem admitir, essa é a grande frustração que Henrique carrega na alma.

É como se na sessão da tarde da TV do deputado sempre passasse o mesmo filme: "Querida, encolhi as crianças". Mas Henrique, persistente, ainda zapeia pelos canais tentando achar seu longa favorito: "Mamãe, quero ser grande".
fonte:nominuto

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