Com o fechamento do ITORN, os atendimentos se concentraram no Memorial. Hospital é privatizado, mas tem parceria com o SUS.
Por Melina FrançaO Rio Grande do Norte carece de um hospital estadual referência no tratamento ortopédico. A afirmação é do presidente da Sociedade Norte-riograndense de Ortopedia e Traumatologia, Hermann Costa Gomes. Este é um tema, inclusive, sobre o qual ele pretende tratar no XIV Congresso de Ortopedia, que tem abertura marcada para as 20h desta quinta-feira (22), no Centro de Convenções.
O encontro segue até o início da tarde do sábado (24), com palestras, mesas redondas e debates. “Vamos falar da questão da assistência ortopédica no estado”, relata. De acordo com Hermann, os atendimentos traumatológicos no RN são feitos em hospitais privados que têm parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS). Com o fechamento do ITORN, eles se concentraram no Hospital Memorial.
No centro médico, Hermann estima que sejam efetuados cerca de 450 cirurgias por mês. “Este é um número que chega próximo aos dos hospitais referência das regiões sul e sudeste”, afirma. Ainda assim, os pacientes que procuram atendimento pelo SUS no Memorial, muitas vezes não encontram os materiais cirúrgicos necessários à disposição.
Como são privados, dependem dos fornecedores. “Aí batemos de frente, porque nem todos os fornecedores quem apostar no SUS. Tudo isso porque, como o sistema é público, não representa ganho significativo”, constata Hermann Gomes.
A situação se agrava quando há necessidade de materiais importados, sobretudo próteses. Por terem uma maior durabilidade, eles são recomendados para implantes principalmente em pacientes jovens. Segundo Hermann, a adoção dos instrumentos importados pode reduzir, e muito, o número de novas cirurgias de substituição dos implantes.
Nestes casos, cabe ao usuário do sistema de saúde pública dirigir-se à secretaria estadual responsável (Sesap) para tentar adquirir o material. Caso não consiga, o que é uma constante, a única alternativa é tentar pressionar a Sesap por vias legais. “Temos conseguido melhorar este quadro através de mandados judicias. O paciente precisa esperar muito pela cirurgia, mas pelo menos tem a garantia de que terá um atendimento eficaz”, comenta o presidente da Sociedade de Ortopedia.
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