Investimentos na Política de Saúde Mental aumentaram 142%, saltando R$ 619,2 milhões para R$ 1,5 bilhão ao ano
Em
relação a declarações feitas pelo presidenciável José Serra a respeito
do financiamento de ações para o tratamento de usuários de crack e
outras drogas no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde
esclarece que:
Não é verdade que o governo federal não aplica
recursos para custear o tratamento de pacientes com transtornos
associados ao consumo de drogas.
Esse custeio é feito tanto para o tratamento ambulatorial como para casos de necessidade de internação hospitalar.
De
2002 a 2009, os investimentos na Política de Saúde Mental aumentaram
142% – saltando R$ 619,2 milhões para R$ 1,5 bilhão ao ano.
Os
gastos hospitalares representam 32,4% desse orçamento. Os recursos, da
ordem de R$ 490 milhões, são utilizados no financiamento de 2,5 mil
leitos específicos para a internação de dependentes químicos em
hospitais gerais. Além disso, a rede pública de saúde conta com
aproximadamente 9 mil leitos disponíveis ao tratamento de usuários de
drogas em hospitais psiquiátricos, pronto-socorros gerais e
psiquiátricos e em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS 3) com
atendimento 24 horas.
Isso prova que, em nenhum momento, o atual
governo federal rejeitou ou excluiu a internação hospitalar como uma
das possibilidades de tratamento para dependentes químicos.
Neste
governo, essa questão sempre foi tratada como um problema de saúde
pública, que vem sendo enfrentado por meio de um conjunto de medidas
integradas e estratégicas devido à rapidez da expansão do consumo
abusivo, especialmente de crack.
O SUS adota uma concepção
ampliada de atendimento, abrangendo, também, a assistência e o
acompanhamento do paciente por meio dos CAPS, das equipes que atuam na
Estratégia Saúde da Família, dos Consultórios de Rua, das Casas de
Acolhimento Transitório, de terapia ocupacional e, para casos
necessários, de tratamento medicamentoso e internação hospitalar, que
deve ser vista como uma das possibilidades de tratamento conforme o
diagnóstico médico e o perfil do paciente.
Ou seja, é reducionista a visão de que a internação é a única solução para o tratamento da dependência química.
Essa
visão, inclusive, contraria frontalmente os princípios da Reforma
Psiquiátrica, amadurecida durante 20 anos no Brasil e que mudou o foco
da hospitalização como centro do tratamento aos dependentes químicos.
Afinado
às diretrizes da Reforma, o governo federal adotou o modelo de uma rede
de atendimento – ambulatorial e hospitalar – preparada para assistir os
pacientes fora do hospital, durante o período de internação hospitalar e
também após a alta do período de desintoxicação.
Essa rede compreende, além dos leitos de internação:
• 1.541 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Destes, 231 são exclusivos para o tratamento de dependentes de álcool e drogas.
• 14 projetos já financiados para implantação e custeio dos Consultórios de Rua,
que levam equipes multiprofissionais de saúde – com assistentes
sociais, auxiliares de enfermagem, profissionais de saúde mental e de
redução de danos – até os locais onde os usuários de drogas se reúnem.
Em 2010, serão mais 20 Consultórios. E, em 2011, outros 15.
• 60 Pontos de Acolhimento Transitório
previstos para 2010. Eles são estruturas de assistência (alimentação,
higiene e descanso) para usuários de álcool e drogas em situação de
risco.
• 60 Casas de Passagem para suporte à rede
de atendimento. Elas são destinadas a abrigar usuários de álcool e
drogas em situação de risco, que poderão permanecer de 30 a 40 dias no
local, inclusive durante a noite.
Essas possibilidades de
tratamento foram incorporadas ao SUS pelo atual governo, que também
aumentou em 31,85%, somente em 2009, o valor das diárias pagas por
paciente internado em leito psiquiátrico de hospitais gerais.
Além
disso, foi criado um incentivo financeiro para internações curtas (de
até 20 dias), cujos valores aumentaram até 20% – um impacto anual de R$
170 milhões no orçamento do Ministério da Saúde.
OUTROS INVESTIMENTOS
– A quantidade de (2,5 mil) leitos de internação específicos para o
tratamento de dependentes químicos em hospitais gerais vai dobrar, até o
final deste ano, graças ao incremento de R$ 180 milhões na Política de
Saúde Mental.
Esses recursos estão previstos no Plano Integrado
de Enfrentamento do Crack, uma política interministerial ampla de
atendimento a dependentes de drogas, coordenada pela Secretaria Nacional
Antidrogas (Senad) da Presidência da República.
Em 2009, o
ministério complementou, de forma emergencial, os investimentos na
Política de Saúde Mental e aplicou R$ 117,3 milhões no Plano Emergencial
de Álcool e Drogas (PEAD), que ampliou a rede assistência a dependentes
químicos. O principal resultado do PEAD foi a ampliação da quantidade
de CAPs, que triplicou de 2003 para 2010, saltado de 500 para 1.541
unidades.
A questão da dependência química é um problema que
deve ser enfrentado por meio de um conjunto de medidas estratégicas que,
além da rede pública de saúde, envolve a repressão ao tráfico, o
desenvolvimento de ações de educação e informação, o envolvimento das
famílias e a mobilização de toda a sociedade.
Do Portal da Saúde
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