sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Seca aperta no interior

Vários municípios do Rio Grande do Norte devem decretar situação de emergência por causa da seca nos próximos dias. A falta de chuvas no primeiro semestre do ano trouxe prejuízos aos agricultores, que perderam quase toda colheita. Boa parte dos reservatórios do estado está com o nível de água abaixo do normal e a previsão da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn) para os próximos meses é de temperaturas elevadas.

O prefeito de Riacho da Cruz (a 378km de Natal), no Oeste, Marco Aurélio, decretou situação de emergência, no dia 27 do mês passado, em razão da seca. Segundo ele, 90% da zona rural estão sendo abastecidos por carros pipa, o que está custando mensalmente R$ 6 mil ao município. A safra da agricultura familiar foi perdida em 70% pela falta de chuvas nos primeiros meses do ano. "A situação aqui é muito complicada. Todos os custos partem da prefeitura", declarou o prefeito. Marco Aurélio informou que não teve o reconhecimento estadual ainda. "Fui informado que deveria declarar a situação de emergência direto no Ministério da Integração", lembrou.

Em Itaú, cidade próxima a Riacho da Cruz, a situação não é muito diferente. O chefe do executivo municipal, Antônio Edson, falou que ainda não realizou o decreto, embora, vai estabelecer a situação de emergência nos próximos dias. O município perdeu 70% das plantações de feijão, milho e caju e também está dependendo do abastecimento dos carros pipa. Até o dia dois deste mês, choveu 571mm. "Temos dois açudes pequenos que estão quase sem água", apontou o prefeito.

As condições dos 14 municípios da região do Potengi também está complicada. Segundo o gestor da Regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de São Paulo Potengi (69km de Natal), Sebastião Barreto Veras, a agricultura de sequeiro teve perda de 100% do milho e 98% do feijão. Na fruticultura, por causa da ausência de chuvas, a plantação ficou desnutrida. Isso proporcionou a ação da mosca branca. A praga causou déficit de 70% na produção.

Na pecuária, falta forragem para alimentação dos animais. "Até o final do ano, 30% do rebanho devem sair da região, seja pela mortandade ou pela mudança para outro local. O preço do gado baixou muito". Barreto ressaltou que o Banco do Nordeste começou a liberar financiamento para a ração do rebanho e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está fornecendo por um preço mais barato o milho para os animais. O agricultor pode pedir informações à prefeitura sobre o Garantia Safra, um seguro subsidiado pelo governo federal, que paga R$ 100 por mês aos segurados.

Do DN

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