Vários municípios do Rio Grande do Norte devem decretar situação de
emergência por causa da seca nos próximos dias. A falta de chuvas no
primeiro semestre do ano trouxe prejuízos aos agricultores, que perderam
quase toda colheita. Boa parte dos reservatórios do estado está com o
nível de água abaixo do normal e a previsão da Empresa de Pesquisa
Agropecuária (Emparn) para os próximos meses é de temperaturas elevadas.
O prefeito de Riacho da Cruz (a 378km de Natal), no Oeste,
Marco Aurélio, decretou situação de emergência, no dia 27 do mês
passado, em razão da seca. Segundo ele, 90% da zona rural estão sendo
abastecidos por carros pipa, o que está custando mensalmente R$ 6 mil ao
município. A safra da agricultura familiar foi perdida em 70% pela
falta de chuvas nos primeiros meses do ano. "A situação aqui é muito
complicada. Todos os custos partem da prefeitura", declarou o prefeito.
Marco Aurélio informou que não teve o reconhecimento estadual ainda.
"Fui informado que deveria declarar a situação de emergência direto no
Ministério da Integração", lembrou.
Em Itaú, cidade próxima a
Riacho da Cruz, a situação não é muito diferente. O chefe do executivo
municipal, Antônio Edson, falou que ainda não realizou o decreto,
embora, vai estabelecer a situação de emergência nos próximos dias. O
município perdeu 70% das plantações de feijão, milho e caju e também
está dependendo do abastecimento dos carros pipa. Até o dia dois deste
mês, choveu 571mm. "Temos dois açudes pequenos que estão quase sem
água", apontou o prefeito.
As condições dos 14 municípios da
região do Potengi também está complicada. Segundo o gestor da Regional
da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de São Paulo
Potengi (69km de Natal), Sebastião Barreto Veras, a agricultura de
sequeiro teve perda de 100% do milho e 98% do feijão. Na fruticultura,
por causa da ausência de chuvas, a plantação ficou desnutrida. Isso
proporcionou a ação da mosca branca. A praga causou déficit de 70% na
produção.
Na pecuária, falta forragem para alimentação dos
animais. "Até o final do ano, 30% do rebanho devem sair da região, seja
pela mortandade ou pela mudança para outro local. O preço do gado baixou
muito". Barreto ressaltou que o Banco do Nordeste começou a liberar
financiamento para a ração do rebanho e a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) está fornecendo por um preço mais barato o milho
para os animais. O agricultor pode pedir informações à prefeitura sobre o
Garantia Safra, um seguro subsidiado pelo governo federal, que paga R$
100 por mês aos segurados.
Do DN
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