quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Futuro incerto do Grupo Sílvio Santos e clima de ‘tristeza’

TN
Diante da crise financeira do Grupo Sílvio Santos – anunciada com os problemas do Banco Panamericano – o clima é de incertezas no SBT. Em meio a boatos de que a emissora teria que ser vendida para que o Sílvio conseguisse arcar com a dívida, funcionários lamentam o caso. Porém, as dúvidas sobre o futuro do bando e da emissora ainda devem permanecer no ar por bastante tempo. Segundo uma fonte ouvida pela Agência Estado, as  negociações para a eventual venda do controle acionário do Banco Panamericano não devem ser concluídas rapidamente, segundo afirma a Agência Estado.

Na terça-feira passada, a esposa do empresário e apresentador, Íris Abravanel, lançou um livro e durante a coletiva foi questionada sobre a fraude.  "Tenho fé e creio na misericórdia de Deus em todas as situações. Não podemos nos desesperar com as dificuldades.", limitou-se a responder.

Em entrevista ao site da Folha de São Paulo, o humorista Carlos Alberto de Nóbrega e o apresentador Ratinho disseram que o clima na "TV Mais Feliz do Brasil" está "triste". "Todo mundo está revoltado com a punhalada que ele (Sílvio) levou pelas costas", afirmou Carlos Alberto.

Panamericano
Em entrevista à Agência Estado, uma pessoa que acompanha interessados em adquirir o banco de Silvio Santos avalia que as conversas caminham para um resultado em horizonte de "várias semanas", provavelmente apenas no próximo ano.

"Pelo andamento das conversas, caminhamos para uma eventual venda apenas nos primeiros meses do próximo ano", diz pessoa que acompanha o tema e pede anonimato. Um dos motivos que impediriam a venda imediata é a sequência de saques observados na última semana, quando a média diária de retiradas de Certificados de Depósito Bancário (CDB) do Banco Panamericano girou em torno de R$ 200 milhões. O movimento preocupou a direção do banco e assustou interessados na instituição.

Atualmente, há pelo menos cinco interessados em adquirir o controle da financeira que sofreu o rombo de R$ 2,5 bilhões, como informou há alguns dias o jornal "O Estado de S.Paulo". Em todos esses casos, as instituições procuraram o controlador do banco, o Grupo Silvio Santos. Por enquanto, as conversas são preliminares e, para os acionistas, ainda estão na esfera "informal". Apesar desse tom aparentemente descompromissado, há avanços. Entre os interessados, o mineiro Banco BMG é o que mais evoluiu para tentar ficar com a financeira e com a sociedade em que a Caixa Econômica Federal é minoritária.

"Mesmo assim, é muito remota a chance de vender o controle do banco no curto prazo, em um horizonte de dias ou poucas semanas", diz pessoa que acompanha o tema. A explicação para o horizonte mais distante é a necessidade dos interessados em olhar muito detalhadamente a estrutura e a saúde financeira do Panamericano. Obviamente, o temor é que o rombo gerado pela antiga administração seja maior que os R$ 2,5 bilhões cobertos pelo atual controlador. "Ninguém ousaria comprar de uma hora para a outra com o medo de levar um mico", explica.

Vale lembrar que Caixa comprou 49% das ações ordinárias - as que dão direito a voto - do Panamericano após análise e negociação de quase um ano.

Investidores tiram dinheiro do Panamericano

Mas há outra razão que ajuda a brecar qualquer avanço nas negociações. Nos últimos dias, o Panamericano viu um expressivo movimento de saque de aplicações na instituição, como os CDBs comprados por grandes fundos e investidores institucionais. Desde o primeiro dia após o anúncio do escândalo, as retiradas têm sido nada desprezíveis: cerca de R$ 200 milhões a cada dia útil. O medo dos desdobramentos do caso explica a fuga desses investidores.

Como o anúncio do rombo foi feito na noite de terça-feira da semana passada, foram quatro dias úteis até ontem, de saques de cerca de R$ 200 milhões ou quase R$ 800 milhões no acumulado do período. Ou seja, saíram do caixa impressionantes 32% de todo o aporte de R$ 2,5 bilhões feito pelo empresário Silvio Santos. Diante desse quadro preocupante, o feriado de 15 de novembro acabou sendo comemorado pela direção do Panamericano, já que foi um dia a menos de saques.

Tranquilidade

“Em meio a uma série de informações imprecisas sobre o caso, os investidores estão recebendo informações mais adequadas nos últimos dias e estão mais tranquilos. O movimento de saques caminha para o fim”, diz a fonte. Ontem, aparentemente o clima é mais tranquilo no alto do edifício na esquina da Avenida Paulista com a Rua Haddock Lobo, onde fica a sede do Banco Panamericano. Informações preliminares apontam para o arrefecimento dos saques, que estariam em um ritmo mais ameno.

Por enquanto, executivos do Panamericano tentam a todo custo equilibrar o ingresso e saída de recursos da financeira. Em uma segunda etapa, a intenção é retomar a captação de recursos.

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