As condições atmosféricas abriram uma "janela" mais favorável à
ocorrência de chuvas no sertão do Rio Grande do Norte. A previsão é do
meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn),
Gilmar Bristot. As chuvas devem chegar nos próximos dias renovando a
esperança dos agricultores, muitos dos quais já iniciaram o plantio e
estão temendo perder a produção por causa da estiagem prolongada e dos
veranicos. As imagens de satélite mostram que a Zona de Convergência
Intertropical, principal indutor das chuvas no semiárido nordestino, até
já chegou ao continente, mas a pressão atmosférica em altos níveis
impediu a formação de Cumulus Nimbus - nuvens espessas e escuras que se
situam a menos de dois quilômetros de altura e geralmente terminam em
chuvas de boa intensidade.
Alex RégisCaminhões-pipa são usados, nesta época do ano, para levar água potável às comunidades rurais do semiárido atingidas pela seca
"As condições são mais propícias agora", garante Bristot. Os meteorologistas mantém a previsão de inverno com a seguinte probabilidade: normal (40%), acima da normal (25%) e abaixo da normal (35%). No entanto, eles não descartam a ocorrência de situações extremas: chuvas intensas, com possibilidade de alagamentos e inundações em alguns locais num determinado período, e veranicos, períodos de uma ou duas semanas sem chuva, nas regiões com menores índices pluviométricos.
De acordo com as análises da Emparn, a região com menor nível de preocupação é a Central, na faixa de Lajes até o Seridó. No final de semana, a Emparn registou chuvas de pequena intensidade em apenas nove postos de monitoramento, dos quais oito na região litorânea, onde o inverno tradicionalmente começa na segunda quinzena de maio. A maior delas foi em Parnamirim: 13,6 milímetros.
Os municípios com maior volume de chuvas entre 1º de janeiro e 2 de abril são os seguintes: Viçosa e Martins 432 milímetros; Rafael Fernandes 409 mm, Portalegre 335 mm, Coronel João Pessoa e São Gonçalo do Amarante 333 mm, Tenente Ananias 310 mm e Janduís 306 mm.
SECA
O Ceará tem uma situação de chuvas melhor que a do Rio Grande do Norte, mas o quadro é preocupante no Piauí e na Bahia. No Piauí, a seca já afeta 534 mil pessoas, segundo a defesa civil. Prefeitos de 67 municípios decretarem situação de emergência. A estiagem é considerada a pior dos últimos 15 anos. A falta de chuva fez com que os municípios em emergência enfrentassem perdas na produção agrícola, redução das reservas de água, queda no nível dos reservatórios e dificuldades de abastecimento de água para o consumo humano e animal. A maior parte das cidades atingidas fica na região centro-sul, onde o período chuvoso está no fim.
Na Bahia, 78 municípios estão em emergência. Na semana passada, o Ministério da Integração Nacional anunciou a liberação de R$ 208 milhões para garantir o abastecimento de água e alimentação das famílias mais castigadas pela estiagem, que atinge as regiões da chapada Diamantina e Recôncavo Baiano.
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