Felipe Galdino - repórter
As
causas para o aumento da atividade sísmica na região, que já teria
chegado a mais de 180 registros na última semana, ainda não são
conhecidas. Segundo os pesquisadores do Laboratório de Sismologia da
UFRN, historicamente a área é palco de tremores, por estar sobre uma
falha geológica, mas não há como garantir qual a causa para o
crescimento do número de eventos. Por isso, o monitoramento vem sendo
constante.
Os tremores já registrados são considerados de baixa magnitude. O mais
intenso chegou a 3.5 na escala Richter, segundo registro do LabSis. Na
escala Richter – uma das unidades usadas para medir a atividade sísmica -
tremores entre 2 e 4,9 graus são discritos como de baixa intensidade.
De
qualquer modo, os “ligeiros e leves” tremores de terra em Pedra Preta
despertam muito medo na população. “Apavorados” é o termo mais ouvido
quando se pergunta aos moradores da cidade que descrevam como estão se
sentindo diante da situação. Durante a visita de ontem, a Defesa Civil
procurou tranqüilizar e orientar a população.
O coordenador
estadual de Defesa Civil, tenente-coronel Josenildo Acioli, esteve na
cidade para conversar com o prefeito Luiz Antônio Bandeira de Souza e
com a população. “Viemos tratar desses abalos, tranquilizar as
autoridades e a população. De antemão, a recomendação que fazemos é: ao
sentir o abalo, sair de casa”, afirmou Acioli.
Em reunião com o
prefeito, ele explicou que já solicitou ao Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) a visita de um
engenheiro à região. A Defesa Civil também fez a mesma solicitação à
Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN). A Secretaria de Trabalho e
Assistência Social também foi alertada sobre a possível necessidade de
auxílio, caso alguma família fique desabrigada.
O único problema,
de acordo com Acioli, é que não dá para prever a seqüência de tremores,
a intensidade e antecipar os possíveis perigos e danos. “O problema é a
sucessão de abalos. Não dá pra dizer se virá um maior. Mas repito:
temos aqui uma equipe de resposta pronta para qualquer eventualidade”.
Após a reunião e uma rodada de palestras, a população ficou mais
tranqüila, mas todos lembravam dos momentos de tensão da noite anterior e
da madrugada.
O próprio prefeito Luiz Antônio Bandeira de Souza
tentava passar calma aos moradores, mas não conseguia esconder a
própria aflição. Segundo ele, até ontem pela manhã as únicas orientações
tinham vindo da equipe de geólogos da UFRN.
“O pessoal da UFRN
nos passou algumas orientações, mas o que sabemos mais é o que vimos na
televisão, nas entrevistas. E o que passamos à população: evacuar as
casas”, relatou o prefeito horas antes da Defesa Civil chagar à cidade.
Luiz Antônio reclamava que desde janeiro já se preocupava com os
tremores e a situação das edificações da cidade, segundo ele, muito
antigas e já com falhas estruturais. Ele mandou um ofício ao Crea e ao
Corpo de Bombeiros. O primeiro órgão afirmou que só poderia mandar
equipe em situações envolvendo estruturas de combate e proteção a
incêndio e controle de pânico.
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