terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Política Garibaldi deixa passado para trás e defende abertamente aliança com Wilma

Senador argumenta que sua defesa é "raciocínio lógico": "Não devemos encarar a realidade com preocupação sobre o que houve no passado entre a ex-governadora e eu”.


Por Dinarte Assunção
Garibaldi quer aliança com Wilma (crédito: Wellington Rocha)
Garibaldi quer aliança com Wilma (crédito: Wellington Rocha)O recente passado de desavença política com a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) foi deixado para trás abertamente pelo senador Garibaldi Filho nesta segunda-feira (2), quando, ao portalnoar.com, ele defendeu uma aliança com a mulher que lhe impôs a única derrota de sua carreira política, em 2006.
“Acho que é viável”, respondeu de pronto o senador, licenciado para ocupar o Ministério da Previdência Social, quando indagado sobre compor chapa com Wilma de Faria. Posteriormente, ele anotou:
“Vamos procurar fazer a mais ampla aliança possível. Não podemos discriminar ninguém. Como vamos discriminar o PSB diante do cenário de hoje, após os protestos de junhos? Não devemos encarar a realidade com preocupação sobre o que houve no passado entre a ex-governadora e eu”.
Garibaldi considerou ainda que sua defesa “É um raciocínio lógico. Se quero aliança ampla, não posso ser movido por discriminação ou por determinados confrontos. Tenho que ser movido pelo sentimento que estou deixando isso para trás para encarar um grande desafio. Depois de junho, o Brasil vive uma nova realidade. Discriminações não cabem nessa visão”.
A movimentação do senador em direção ao grupo da ex-governadora já vinha sido percebida. Na semana passada, por exemplo, ele teve a cortesia de convidar a deputada Márcia Maia (PSB), filha de Wilma, para se fazer presente na inauguração de uma agência da Previdência Social em Monte Alegre.
Ao mesmo tempo, Garibaldi mandou a mensagem de que nem todos caberão nessa aliança defendida por ele. “Falo de aliança ampla, mas sem a preocupação de ser uma aliança onde convirja todos os partidos. Até porque não dá”.
Garibaldi Filho e a ex-governadora Wilma de Faria são os pré-candidatos que melhor pontuaram até agora em todas as mensurações estatísticas do pleito de 2014. Apresentam-se, assim, como candidatos naturais. Em um mesmo grupo, deverão formar uma frente que influenciará decisivamente as eleições do próximo ano. A despeito disso, ele reitera sua indisponibilidade para concorrer ao Governo do Estado. “Não vou!”.
Do outro lado, a estratégia da ex-governadora é não negar “o chamado das ruas”. Wilma deverá utilizar o capital político que está demarcado nas estatísticas como moeda na hora de negociar a composição da aliança.
PT
Ao mesmo tempo em que sinaliza aproximação com o PSB, o senador Garibaldi Filho não se esquece do PT, com o qual o PMDB forma o consórcio que administra o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.
No plano local, a proposta que se desenha é de ter em uma mesma chapa PMDB, PT e PSB. O Partido dos Trabalhadores já avisou que o projeto no Rio Grande do Norte é o Senado. Assim, ganha força a proposta de ter a deputada federal Fátima Bezerra candidata ao Senado, enquanto a ex-governadora Wilma de Faria disputa a Câmara Federal, garantindo votos suficientes, inclusive, para eleger, pelo sistema de coeficiente eleitoral, mais candidatos.
“O que está acontecendo no pais todo é que o que se procura é aliança do PMDB com o PT, mas a gente sabe muito bem que nem sempre a gente pode ter uma situação colocada de baixo para cima. Houve reunião em Brasília da qual não participei, mas sei que se constatou que há problemas [entre PT e PMDB], mas eles serão podados. Tudo que se desenha no nacional se desenha no estadual”, comentou Garibaldi.

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