O papa Francisco presidiu a cerimônia na Praça São Pedro
Multidão toma Vaticano para cerimônia de canonização (foto: ANSA)
O Pontífice leu o texto oficial para proclamar santos o italiano 
Angelo Roncalli e o polonês Karol Wojtyla, diante de milhares de pessoas
 que compareceram ao Vaticano para acompanhar a missa.
 “Em honra à Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e 
pelo incremento da vida cristã, com a autoridade do nosso Senhor Jesus 
Cristo, dos Santos Apostólicos Pedro, Paulo e Nosso, após uma longa 
reflexão e invocações de ajuda divina, escutando o parecer de muitos dos
 nossos irmãos no Episcopado, declaramos e definimos como santos os 
beatos João XXIII e João Paulo II, e estabelecemos que em toda a Igreja 
sejam devotamente honrados entre os santos. Em nome do Pai, do Filho e 
do Espírito Santo”, disse Francisco.
A proclamação foi recebida com um longo aplauso e gritos de exaltação
 pelos milhares de peregrinos na Praça São Pedro.  Logo após, os 
relicários de João Paulo II e João XXIII (uma ampola com sangue e um 
pedaço de pele, especificamente) foram colocadas ao lado do altar em que
 Francisco celebrou a cerimônia.
Homilia
Foto:Domenico Stinellis 
Uma multidão de fiéis acompanhou a cerimônia solene realizada pelo Papa Francisco
O papa Francisco afirmou que João Paulo II e João XXIII, os quais 
foram canonizados neste domingo (27), foram “homens corajosos”, que não 
tiveram “medo” de contemplar Jesus e que viveram os desafios do século 
XX.
“São João XXIII e São João Paulo II tiveram a coragem de olhar as 
feridas de Jesus, de tocar suas mãos. Não tiveram vergonha da carne de 
Jesus, não se escandalizaram dele, da sua cruz, não tiveram vergonha da 
carne do irmão”, afirmou o Pontífice, em sua homilia durante a missa 
solene de canonização dos Papas.
“Foram sacerdotes, bispos e Papas do século XX. Conheceram as 
tragédias desse século, mas não foram sobrecarregados e julgados por 
elas. O mais forte, neles, era Deus, a fé em Jesus Cristo Redentor do 
homem e Senhor da história”, destacou Francisco.
Segundo o Papa, João XXIII e João Paulo II também “colaboraram para 
recuperar a Igreja com sua fisionomia original”, principalmente o 
primeiro, através do Concílio Vaticano II.
“João XXIII foi para a Igreja Católica um pastor, um guia, mas também
 guiado pelo Espírito Santo. Esse foi seu grande serviço pela Igreja. 
Por isso, gosto de pensar nele como o ‘Papa da Docilidade do Espírito 
Santo’”, afirmou Francisco.
“Já João Paulo II foi o ‘Papa da Família’. Ele mesmo, uma vez, disse 
que gostaria de ser lembrado como o ‘Papa da Família’”, completou, 
pedindo para que o recém-proclamado santo cuide de todas as famílias do 
mundo e das atividades do Sínodo Extraordinário sobre a Família, que 
será realizado entre 9 e 15 de outubro no Vaticano.
                      
Público
De acordo com estimativas da Santa Sé, cerca de 500 mil pessoas 
acompanharam a missa na Praça São Pedro e nas ruas próximas ao Vaticano.
Mais de 24 chefes de Estado e de Governo, delegações de 90 países e 3
 mil jornalistas estão presentes no local.  Durante a madrugada, foi 
possível observar centenas de pessoas com cobertores e sacos de dormir 
em ruas ao entorno do Vaticano.     Elas aguardavam a abertura da Praça 
São Pedro.
Entre as autoridades que assistem à cerimônia, destacam-se o 
presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barros; o presidente e
 o primeiro-ministro da Itália, Giorgio Napolitano e Matteo Renzi; o rei
 Juan Carlos, da Espanha; e representantes da Polônia, país natal de 
João Paulo II.      
Bento XVI
O papa emérito Bento XVI foi recebido com aplausos e ovacionado na 
Praça São Pedro. ento XVI, que renunciou ao Pontificado no ano passado, 
foi cumprimentado pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e pelo 
próprio papa Francisco, assim que este ingressou na Praça São Pedro. 
Joseph Ratzinger se sentou em um lugar reservado a autoridades e membros
 da Igreja Católica para acompanhar a cerimônia.
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