Por causa disso, dezenas de pedidos por leito, recebidos de vários hospitais do Estado, tiveram que ser negados
“Infelizmente, já desativamos dois leitos porque não temos dinheiro
para mantê-la. É uma pena, porque o setor foi criado com muito carinho e
estava funcionando bem, mas por falta de condições financeiras, somos
obrigados a fechá-lo”, afirmou o diretor superintendente do Hospital
Infantil Varela Santiago, Paulo Xavier.
Ele revelou que a UTI vinha sendo custeada com recursos financeiros
obtidos de empréstimos contraídos pelo hospital para outros fins, mas
que diante das necessidades, foi usado para o funcionamento do setor,
que atende bebês prematuros de diversas partes do Estado. E, desde a sua
inauguração, aguarda a habilitação dos leitos pelo Ministério da Saúde.
“Vivemos uma situação insustentável, causada pela burocracia estatal e
hoje, não temos mais condições financeiras para manter essa UTI em
pleno funcionamento. Isso é do interesse do Governo do Estado, já
conversamos com o deputado federal Henrique Alves, que nos garantiu que o
ministro da Saúde assinaria o acordo de repasse na segunda-feira
passada, mas até hoje, nada foi feito”, explicou o diretor.
Paulo disse ainda que a maioria dos casos atendidos são relacionados a
doenças respiratórias, mas há ainda bebês com má formação devido a
problemas neurológicos. “Para custear a demanda, foi fechado acordo de
repasse de R$ 1 mil por diária, dos quais R$ 800 seriam repassados pelo
Ministério da Saúde e os demais R$ 200, pelo Governo do Estado, através
da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN).
Pedidos de leitos negados
Por causa disso, dezenas de pedidos por leito, recebidos de vários
hospitais do Estado, tiveram que ser negados. Já os oito pacientes que
continuam internados continuarão recebendo tratamento até que possam
receber alta médica, o que pode demorar semanas para acontecer.
“Temos dois pacientes com cerca de 750 gramas apenas, que necessitam
de cuidados extremos e que, por isso, não podem ser transferidos para
outras unidades. Sem ela, essas crianças já teriam morrido, assim como
todos os bebês que continuam internados e aqueles que já estiveram
internados. Mas, infelizmente, não há interesse político, já que ela não
gera votos nas eleições, então, ninguém liga e todos os dias, bebês
morrem sem assistência”, desabafou Paulo Xavier.
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