Durante o teste, houve a coleta de dados para estudos de um sistema de posicionamento global (GPS) de aplicação espacial
Andreia Verdélio, da
Aeronáutica/Divulgação
O primeiro foguete brasileiro com propulsor a etanol foi lançado em Alcântara
Brasília - O lançamento do primeiro foguete brasileiro com motor a propelente líquido foi feito na noite de segunda-feira (1º) no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.
Todos os requisitos técnicos de sucesso da missão foram atingidos,
segundo o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de
Ciência e Tecnologia Aeroespacial, coordenador da operação.
O experimento funcionou durante o período previsto de 90 segundos. A
carga útil embarcada, denominada Estágio Propulsivo a Propelente
Líquido, consiste em um motor que utiliza etanol e oxigênio líquido. O
sistema foi desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia em parceria com
o IAE.
O lançamento do foguete ocorreu às 23h02 e durou 3 minutos e 34
segundos. Durante o teste, houve a coleta de dados para estudos de um
sistema de posicionamento global (GPS) de aplicação espacial,
desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e de um
dispositivo de segurança para veículos espaciais, desenvolvido pelo
instituto de aeronáutica.
A operação serviu também para o treinamento das equipes na operação e
lançamento de motores a propelente líquido, visando a aplicação no
desenvolvimento de futuros veículos suborbitais e lançadores de
satélites.
O bom desempenho do motor possibilitará a retomada de lançamento dos
foguetes brasileiros, por parte da Agência Espacial Alemã, a partir da
Europa. Os alemães participaram da operação com trabalho de coleta de
dados em voo, por meio de uma estação móvel de telemetria.
UFRN desenvolve GPS para foguetes
Desenvolver e inovar pela independência tecnológica e para facilitar estudos científicos brasileiros. Esses são os objetivos do “aeroGPS”, projeto criado e desenvolvido por um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pioneiro no Brasil. Já lançado seis vezes em foguetes suborbitais (que não vão para o espaço) e utilizado em praticamente todos os lançamentos da Agência Espacial Brasileira (AEB), agora será aprimorado para uso em satélites.
O
último lançamento de foguete com aeroGPS ocorreu na noite da
segunda-feira passada, matéria acima. “É um equipamento de localização e velocidade
aprimorado, mais preciso que os radares usados hoje em dia no Brasil.
Mas isso não os substitui, eles se acrescentam”, resumiu o professor
Francisco das Chagas Mota, que desenvolveu software específico para
foguetes.
Executado, testado e bem-sucedido, o projeto nasceu em 2001 nos Estados Unidos, mas começou a se desenvolver para sua aplicabilidade atual em 2006, no laboratório de Engenharia da Computação e Automação da UFRN, graças a um edital da AEB para projetos que visam desenvolver equipamentos a serem usados pela agência.
“A AEB é financiadora por edital que dura dois anos e estamos conseguindo renovar. Recebemos R$ 400 mil para equipamentos e material para montagem de cerca de 30 GPS”, explica. Segundo ele, o custo unitário de um aparelho desse fica em torno de R$ 200 e são usados cerca de dois por ano.
A importância do desenvolvimento desse GPS no país, segundo Francisco Mota, é para facilitar o acesso a esse tipo de equipamento no Brasil. Para importar o produto o custo é alto e é preciso atender ao Internacional Traffic in Arms Regulations (Itar), ou “Normas para Tráfego Internacional de Armas” em tradução livre. “É preciso atender ao Itar, uma série de quesitos que vão avaliar em que será usado, de que forma, até com visita ao laboratório, porque o aeroGPS é considerado equipamento de risco, já que pode ser usado em mísseis”, conta o professor.
Segundo ele, esse é um equipamento estratégico e vantajoso, de importância fundamental pela parte de localização de um foguete, o que pode para levar a certa autonomia tecnológica do país. Outra parceria destacada pelo professor Francisco Mota foi com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos, no interior do Estado de São Paulo.
“A parceria começou com a dificuldade que tivemos para conseguir os equipamentos e montar. Hoje, eles executam o nosso projeto de montagem e fazem a integração com o foguete. É uma parceria de interesses, boa para a gente, que tem o equipamento pronto, e bom para eles, que tem o nosso projeto”, explica.
Para o próximo edital da AEB, há um projeto que inclui as universidades federal de Brasília e Santa Catarina entre outras. Essas entrariam com a parte dos satélites que portariam o aeroGPS. O equipamento também precisa ser aprimorado e para ir a órbita. Mas, antes disso, participará do Projeto Sara, que deve lançar em dezembro o maior foguete dos últimos anos do Centro de Lançamento Barreira do Inferno, em Parnamirim.
Criado por um potiguar, desenvolvido no RN para aplicação no país, Francisco Mota já contou com quatro alunos da pós-graduação em Engenharia Elétrica e agora tem apenas uma equipe no IAE, de cerca de cinco pessoas, trabalhando nisso. “Com essa tentativa de aplicabilidade em satélites, estou tentando trazer o projeto pra cá e instalar no Instituto Metrópole Digital, onde já tem um laboratório destinado a isso”.
Executado, testado e bem-sucedido, o projeto nasceu em 2001 nos Estados Unidos, mas começou a se desenvolver para sua aplicabilidade atual em 2006, no laboratório de Engenharia da Computação e Automação da UFRN, graças a um edital da AEB para projetos que visam desenvolver equipamentos a serem usados pela agência.
“A AEB é financiadora por edital que dura dois anos e estamos conseguindo renovar. Recebemos R$ 400 mil para equipamentos e material para montagem de cerca de 30 GPS”, explica. Segundo ele, o custo unitário de um aparelho desse fica em torno de R$ 200 e são usados cerca de dois por ano.
A importância do desenvolvimento desse GPS no país, segundo Francisco Mota, é para facilitar o acesso a esse tipo de equipamento no Brasil. Para importar o produto o custo é alto e é preciso atender ao Internacional Traffic in Arms Regulations (Itar), ou “Normas para Tráfego Internacional de Armas” em tradução livre. “É preciso atender ao Itar, uma série de quesitos que vão avaliar em que será usado, de que forma, até com visita ao laboratório, porque o aeroGPS é considerado equipamento de risco, já que pode ser usado em mísseis”, conta o professor.
Segundo ele, esse é um equipamento estratégico e vantajoso, de importância fundamental pela parte de localização de um foguete, o que pode para levar a certa autonomia tecnológica do país. Outra parceria destacada pelo professor Francisco Mota foi com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos, no interior do Estado de São Paulo.
“A parceria começou com a dificuldade que tivemos para conseguir os equipamentos e montar. Hoje, eles executam o nosso projeto de montagem e fazem a integração com o foguete. É uma parceria de interesses, boa para a gente, que tem o equipamento pronto, e bom para eles, que tem o nosso projeto”, explica.
Para o próximo edital da AEB, há um projeto que inclui as universidades federal de Brasília e Santa Catarina entre outras. Essas entrariam com a parte dos satélites que portariam o aeroGPS. O equipamento também precisa ser aprimorado e para ir a órbita. Mas, antes disso, participará do Projeto Sara, que deve lançar em dezembro o maior foguete dos últimos anos do Centro de Lançamento Barreira do Inferno, em Parnamirim.
Criado por um potiguar, desenvolvido no RN para aplicação no país, Francisco Mota já contou com quatro alunos da pós-graduação em Engenharia Elétrica e agora tem apenas uma equipe no IAE, de cerca de cinco pessoas, trabalhando nisso. “Com essa tentativa de aplicabilidade em satélites, estou tentando trazer o projeto pra cá e instalar no Instituto Metrópole Digital, onde já tem um laboratório destinado a isso”.
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