Papa Francisco diz que seu pontificado deve durar menos de cinco anos

Em entrevista à TV mexicana Televisa, pontífice contou que, se pudesse não ser reconhecido, iria a uma pizzaria

Em entrevista exclusiva com a correspondente da televisão mexicana Televisa, Valentina Alazraki, Papa Francisco afirmou que tem a sensação de que seu pontificado será breve, de quatro ou cinco anos. “Eu sinto que o Senhor me colocou aqui por um curto período de tempo, e nada mais. Pelo menos dois já passaram”, afirmou o pontífice, que comemora dois anos de nomeação nesta sexta-feira.

“É como a psicologia de quem joga e se convence que vai perder para não se decepcionar e, se ganha, fica feliz. Não sei. Mas é um sentimento”, colocou. “Sempre deixo em aberto a possibilidade”.

O cargo papal é tradicionalmente realizado até a morte, embora o antecessor Papa Bento XVI tenha renunciado em 2013 após cerca de sete anos no cargo, tornando-se o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos. O atual Papa já havia sugerido no passado que ele teria um curto papado e não descartou a possibilidade de se aposentar.

Ao ser perguntado se gosta de ser Papa, Francisco respondeu simplesmente que não desgosta, mas que, se pudesse escolher uma coisa para fazer um dia, sem ser reconhecido, seria ir a uma pizzaria e pedir uma pizza.

DOIS ANOS ATRÁS

A jornalista pede ao Papa, então, para detalhar sobre o que aconteceu há dois anos quando foi eleito para a Cátedra de Pedro. Em resposta, ele lembrou que tinha ido para Roma levando apenas uma mala pequena, já que ele nunca acreditou que ele seria eleito Papa, e gostaria de voltar para retomar funções para a Semana Santa.

Ele estava convencido de que iria voltar para Buenos Aires para o Domingo de Ramos, tanto é que ele já tinha preparado a homilia, e tinha chegado com o mínimo necessário pensando que seria um curto Conclave. Ele não estava em qualquer lista de candidatos elegíveis e nem tinha o pensamento entrou em sua mente, conforme relatou. Ele segue contando:

“Após a segunda votação, quando a maioria de dois terços tinha sido alcançada, houve aplausos, há sempre aplausos neste momento nos conclaves, então ele [Dom Cláudio Hummes] me beijou e me disse para não esquecer dos pobres e esta frase começou a dar a volta na minha cabeça e isso é o que me levou a minha escolha de nome. Durante a votação, eu estava rezando o terço, eu costumo rezar três rosários diariamente, e eu senti uma grande paz. (…) Eu não sei o que aconteceu depois. Eles me fizeram levantar. Eles me perguntaram se eu concordava. Eu disse que sim. Eu não sei se eles me fizeram jurar algo, eu esqueci. Eu estava em paz. Eu fui a mudar minhas vestimentas.”

Fonte: O Globo