Santana do Matos é um município brasileiro no estado do Rio Grande do Norte localizado na microrregião da Serra de Santana. De acordo com o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Censo de 2010 sua
população era de 13.798 habitantes, dos quais 6.905 viviam no meio
rural.[7] Área territorial de 1.420 km²
Santana está localizada em plena "Caatinga". O clima semi-árido faz com
que a vegetação natural seja cerrada, espinhenta e contorcida. Todos os
rios do Município são intermitentes, ou seja, secam durante os períodos
de estiagem mais severos. O fraco regime de chuvas não permite o
desenvolvimento da agricultura e da pecuária muito além da subsistência.
Santana do Matos também é conhecida como "Coração do Rio Grande do
Norte", pois é nela que está o ponto exato que determina o centro do
estado.
Período Pré-Colonial: O sertão nordestino é habitado por grupos
humanos (paleoameríndios) há pelo menos 9 mil anos. Os primeiros
habitantes do sertão potiguar foram, provavelmente, povos nômades,
caçadores e coletores de alimentos. Deixaram registros gravados e
pintados em pedras e paredões ao longo de rios, riachos e lagoas onde
deviam caçar e coletar alimentos no período pré-colonial. Na região de
Santana, a arte rupestre, como são chamados esses registros
pré-históricos, é rica e diversificada. Pesquisas recentes do Professor
Valdeci dos Santos Junior [8]
, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, revelaram a
existência de 75 sítios arqueológicos na região central do RN denominada
"Área Arqueológica de Santana". Apenas dois daqueles sítios estão
registrados pelo IPHAN como patrimônio histórico. Esses valiosos
registros da ocupação humana pré-histórica da região, ainda que pouco
estudados, vêm sendo depredados por vândalos e turistas ignorantes.
Chegada dos Portugueses: Quando os portugueses chegaram à região, ao
longo do século XVI, encontraram pelo menos três grupos culturais
distintos, os Cariri, os Tarairiu e os Jê, e um grande número de grupos
isolados e ainda sem classificação, dentro da denominação de Tapuia
predominante no período colonial:.[9]
O conflito com os colonizadores/invasores portugueses foi inevitável.
Ao adentrar o sertão com a pecuária e as campanhas de aprezamento de
índios para trabalho escravo, ao longo do século XVII, os portugueses
logo se viram confrontados com povos arredios e valentes. O historiador
Pedro Puttoni, em seu livro "A Guerra dos Bárbaros", retrata muito bem
esse período de enfrentamento que resultou, como era de se esperar, na
aniquilação de populações inteiras de índios do sertão. As tribos
restantes, pacificadas por bandeirantes paulistas, foram aldeadas e os
primeiros assentamentos de colonos brancos criados ao final do século
XVII. A pecuária pode retomar seu crescimento ao final dos conflitos,
desenvolvendo-se rapidamente e tornando-se importante atividade
econômica. Nesse período, as oficinas de carne seca e a indústria de
extração da cera de carnaúba representavam a base da economia da região.
Em 1696, Bernardo Vieira de Melo, então Governador da Capitania do Rio
Grande do Norte, colocou-se à frente de uma pequena expedição e fundou à
margem esquerda do Rio Açu (ou Piranha) o Arraial de Nossa Senhora dos
Prazeres, ponto de reforço para a conquista do sertão. Bernardo Vieira
instalou-se com seus soldados no novo arraial, iniciando o aldeamento
dos índios e assegurando o estabelecimento dos colonos. Surgiu daí o
povoado conhecido como povoação de São João Batista da Ribeira do Céu. O
município de Açu foi criado por Ordem Régia em 22 de julho de 1766.
Inicialmente foi denominado de Vila Nova da Princesa. A Lei provincial
nº 124, de 16 de outubro de 1845, concedeu à Vila Nova da Princesa foros
de cidade com o nome de Açu. O município foi posteriormente desmembrado
entre os municípios de Santana, Jucurutu, Angicos, São Rafael, Lages,
Bodó, Itajá e Fernando Pedroza. O povoado do que hoje é a cidade de
Santana do Matos teve início na Fazenda Bom Bocadinho, de propriedade do
português Manoel José de Matos. Quando a fazenda começava a dar sinais
de prosperidade, uma forte seca
prejudicou seriamente a lavoura e dizimou o gado. Manoel José, homem
religioso, prometeu erguer uma capela em homenagem a Nossa Senhora de
Santana se a seca terminasse. A seca passou, a Fazenda Bom Bocadinho
voltou a crescer e a capela foi construída, recebendo o nome de Santana
do Matos, numa referência à santa milagrosa e ao dono da fazenda. A
exemplo de outras cidades sertanejas, cujos territórios − municipais
foram delineados pelos limites da freguesia primeva, Santana do Matos
tem seu mito de origem na intervenção da avó de Cristo, nos vexames
sofridos pelos primeiros vaqueiros. Câmara Cascudo explica essa
"história que se enovela em lenda": Manoel José de Matos – daí o
sobrenome da cidade – desesperado pelas tribulações por que passava,
prometeu cultuar Sant’Ana, com capela e imagem votivas; agraciado,
cumpre a promessa, lançando em terra o que seria a semente urbana. Da −
construção da capela à instituição da freguesia, foi um movimento
natural; em 1821, a povoação santanense assim tinha sido reconhecida.
(Cascudo, 1955-a: 15.)
O povoado foi iniciado nas proximidades da capela com o nome de
Santana do Pé de Serra, passando posteriormente a ser chamado de Santana
do Matos, num vínculo direto com a capela que lhe deu origem. A agricultura e a pecuária foram se desenvolvendo nas terras da localidade, fazendo com que o povoado crescesse rapidamente
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