Presidente da entidade, Pablo Vázquez, disse que a chegada dos mais de 800 mil turistas esperados para o evento pode prejudicar o atendimento à população como um todo
Por Flávia Villela/Agência Brasil
A 77 dias do início da Olimpíada Rio
2016, a situação da saúde na capital fluminense é preocupante, alertou
nesta sexta-feira (20) o Conselho Regional de Medicina (Cremerj). O
presidente da entidade, Pablo Vázquez, disse que a chegada dos mais de
800 mil turistas esperados para o evento pode prejudicar o atendimento à
população como um todo.
Quinta-feira (19), Vázquez se reuniu com
representantes do Comitê Olímpico Rio 2016, integrantes da prefeitura e
do governo estadual para buscar uma solução emergencial.
“É necessário que o governo federal, o
estadual e o municipal façam investimentos extraordinários no
planejamento estratégico da Olimpíada se quisermos ter uma assistência
médica de qualidade”, disse o presidente do Cremerj em entrevista nesta
manhã na sede do conselho, em Botafogo, zona sul do Rio.
Segundo Vázquez, um dos riscos é o
desabastecimento dos bancos de sangue da cidade. “É importante que a
partir desse evento [reunião de quinta] eles entendam que, se o estoque
de sangue no Rio de Janeiro não ficar em nível adequado, por conta de
greve do setor administrativo, que outros estados forneçam, que fiquem
de prontidão, que o governo federal venha para cá, as Forças Armadas,
para garantir esse atendimento”, apontou.
Leitos
De acordo com o vice-presidente da
entidade, Nelson Nahon, faltam quase 200 leitos de Centros de Tratamento
Intensivos (CTIs) no Rio de Janeiro. “Teríamos condições de ter, na
Santa Casa do Rio de Janeiro, 400 leitos de retaguarda para clínica
médica que não estão funcionando. Tivemos o fechamento do Hospital
Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, com quatro andares, maternidade e
pronto socorro e emergência”, citou Nahon.
“Temos o fechamento do Hospital Salles
Netto, no Rio Comprido, e do Hospital Leonel Brizola em Mesquita. O
principal hospital de referência para os Jogos é o Lourenço Jorge, mas
não há um polo de neurocirurgia”, criticou.
Segundo Nahon, a integração da rede de leitos municipal, estadual e federal poderá reverter esse déficit.
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